ONU se reúne com regime sírios para encorajar negociações
Várias coalizões de rebeldes sírios enfrentam o EIIL, grupo vinculado à Al-Qaeda, nas zonas controladas pela rebelião no norte da Síria
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2014 às 22h34.
Suiça - O mediador da ONU , Lakhdar Brahimi, se reúne nesta quinta-feira a portas fechadas com delegados do regime sírio e da oposição para tentar convencê-los a negociar, nesta sexta-feira, em Genebra, uma solução para a guerra civil.
Em meio às complicadas negociações, uma ONG divulgou que os combates entre os rebeldes, em sua maioria islamitas, e os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), deixaram em 20 dias quase 1.400 mortos.
O primeiro encontro, na quarta-feira, entre representantes do presidente Bashar al-Assad e membros da oposição no exílio, diante de 40 países e organizações internacionais, se converteu em um "diálogo de surdos" com uma "retórica incendiária, "elucubrações agressivas" e acusações de traição, segundo os participantes.
A conferência de quarta-feira foi um prelúdio das negociações, mas as partes começarão a discutir o cerne da questão na sexta-feira.
Desde o início, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, advertiu que as negociações não serão "nem simples, nem rápidas".
Mas, no momento, é difícil saber se as delegações da oposição e do regime sírio se sentarão à mesma mesa ou se a ONU, patrocinadora deste encontro junto à Rússia e aos Estados Unidos, terá que atuar como intermediária entre ambas as partes.
O emissário especial das Nações Unidas e da Liga Árabe indicou que se reunirá separadamente nesta quinta-feira com as duas delegações para analisar "qual é a melhor maneira de avançar".
"Nós nos reunimos diretamente em uma mesma sala e iniciamos as discussões ou seguimos conversando um pouco mais separadamente? Ainda não sei", declarou Brahimi.
As discussões podem durar entre sete e dez dias, e serem retomadas depois de uma pausa, informaram membros da delegação russa citados pela agência Interfax.
Ajuda humanitária, prisioneiros e cessar-fogo
O futuro de Bashar al-Assad continua sendo o principal ponto de divergência, já que a oposição exige seu afastamento do poder e a formação de um governo de transição, o que o regime rejeita categoricamente.
Na falta de consenso neste tema central, Brahimi pode optar em se concentrar na busca de medidas de ajuda a uma população que desde março de 2011 foi testemunha da morte de ao menos 130.000 pessoas.
Brahimi evocou na noite de quarta-feira sinais de que as delegações pareciam estar dispostas a autorizar a entrega de ajuda humanitária, assim como cessar-fogo pontuais - principalmente em Aleppo - e troca de prisioneiros.
Durante a conferência em Montreux, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lembrou a todos a importância do encontro, sinônimo de esperança após quase três anos de conflito.
"Nosso objetivo era enviar uma mensagem tanto a ambas as delegações quanto ao povo sírio para dizer-lhes que o mundo quer que o conflito termine", declarou Ban. "Já chega, é hora de negociar", acrescentou.
Por sua vez, o presidente iraniano, Hassan Rohani, afirmou nesta quinta-feira ante o Fórum Econômico Mundial de Davos que a melhor saída para a guerra civil síria passaria por "eleições livres e democráticas", sem ingerências externas.
"Nenhuma parte ou poder externo deve decidir no lugar do povo sírio nem da Síria como país", acrescentou o presidente iraniano.
Ban Ki-moon havia convidado inicialmente o Irã, uma potência regional, a participar do encontro, mas finalmente retirou o convite, diante da negativa de Teerã, aliada de Assad, de aceitar o princípio de uma transição política dirigida conjuntamente por representantes do regime e da oposição sírios.
Na Síria, os combates prosseguem. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede no Reino Unido, "o número de mortos pelos combates entre o EIIL (por um lado) e os islamitas e as forças rebeldes (por outro) chega desde 3 de janeiro a 1.395".
Várias coalizões de rebeldes sírios enfrentam desde o início de janeiro o EIIL, um grupo vinculado à Al-Qaeda, nas zonas controladas pela rebelião no norte da Síria.
A oposição acusa o EIIL de realizar sequestros e assassinatos de civis e rebeldes rivais.
Suiça - O mediador da ONU , Lakhdar Brahimi, se reúne nesta quinta-feira a portas fechadas com delegados do regime sírio e da oposição para tentar convencê-los a negociar, nesta sexta-feira, em Genebra, uma solução para a guerra civil.
Em meio às complicadas negociações, uma ONG divulgou que os combates entre os rebeldes, em sua maioria islamitas, e os jihadistas do Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL), deixaram em 20 dias quase 1.400 mortos.
O primeiro encontro, na quarta-feira, entre representantes do presidente Bashar al-Assad e membros da oposição no exílio, diante de 40 países e organizações internacionais, se converteu em um "diálogo de surdos" com uma "retórica incendiária, "elucubrações agressivas" e acusações de traição, segundo os participantes.
A conferência de quarta-feira foi um prelúdio das negociações, mas as partes começarão a discutir o cerne da questão na sexta-feira.
Desde o início, o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, advertiu que as negociações não serão "nem simples, nem rápidas".
Mas, no momento, é difícil saber se as delegações da oposição e do regime sírio se sentarão à mesma mesa ou se a ONU, patrocinadora deste encontro junto à Rússia e aos Estados Unidos, terá que atuar como intermediária entre ambas as partes.
O emissário especial das Nações Unidas e da Liga Árabe indicou que se reunirá separadamente nesta quinta-feira com as duas delegações para analisar "qual é a melhor maneira de avançar".
"Nós nos reunimos diretamente em uma mesma sala e iniciamos as discussões ou seguimos conversando um pouco mais separadamente? Ainda não sei", declarou Brahimi.
As discussões podem durar entre sete e dez dias, e serem retomadas depois de uma pausa, informaram membros da delegação russa citados pela agência Interfax.
Ajuda humanitária, prisioneiros e cessar-fogo
O futuro de Bashar al-Assad continua sendo o principal ponto de divergência, já que a oposição exige seu afastamento do poder e a formação de um governo de transição, o que o regime rejeita categoricamente.
Na falta de consenso neste tema central, Brahimi pode optar em se concentrar na busca de medidas de ajuda a uma população que desde março de 2011 foi testemunha da morte de ao menos 130.000 pessoas.
Brahimi evocou na noite de quarta-feira sinais de que as delegações pareciam estar dispostas a autorizar a entrega de ajuda humanitária, assim como cessar-fogo pontuais - principalmente em Aleppo - e troca de prisioneiros.
Durante a conferência em Montreux, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, lembrou a todos a importância do encontro, sinônimo de esperança após quase três anos de conflito.
"Nosso objetivo era enviar uma mensagem tanto a ambas as delegações quanto ao povo sírio para dizer-lhes que o mundo quer que o conflito termine", declarou Ban. "Já chega, é hora de negociar", acrescentou.
Por sua vez, o presidente iraniano, Hassan Rohani, afirmou nesta quinta-feira ante o Fórum Econômico Mundial de Davos que a melhor saída para a guerra civil síria passaria por "eleições livres e democráticas", sem ingerências externas.
"Nenhuma parte ou poder externo deve decidir no lugar do povo sírio nem da Síria como país", acrescentou o presidente iraniano.
Ban Ki-moon havia convidado inicialmente o Irã, uma potência regional, a participar do encontro, mas finalmente retirou o convite, diante da negativa de Teerã, aliada de Assad, de aceitar o princípio de uma transição política dirigida conjuntamente por representantes do regime e da oposição sírios.
Na Síria, os combates prosseguem. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede no Reino Unido, "o número de mortos pelos combates entre o EIIL (por um lado) e os islamitas e as forças rebeldes (por outro) chega desde 3 de janeiro a 1.395".
Várias coalizões de rebeldes sírios enfrentam desde o início de janeiro o EIIL, um grupo vinculado à Al-Qaeda, nas zonas controladas pela rebelião no norte da Síria.
A oposição acusa o EIIL de realizar sequestros e assassinatos de civis e rebeldes rivais.