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ONU pede que países fora da UE também acolham refugiados

O enviado da ONU explicou que a situação de desespero dos sírios não deixa nenhuma dúvida da necessidade de amparo e pediu pró-atividade dos países

Refugiados idosos chegam na Alemanha: "Dar dinheiro para ajudá-los não exclui a responsabilidade de acolhê-los", especificou enviado da ONU (Gettyimages)
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Da Redação

Publicado em 8 de setembro de 2015 às 09h43.

Genebra - Todos os países do mundo, inclusive os Estados Unidos e as nações latino-americanas , deveriam acolher refugiados sírios, segundo afirmou nesta terça-feira o enviado especial da ONU para Imigração e Desenvolvimento, Peter Sutherland.

"Todos os países do mundo têm a obrigação, por razões humanitárias, de receber refugiados sírios, e com todos incluo o Canadá, Austrália, América Latina, os do Golfo Pérsico, Estados Unidos e Ásia", indicou Sutherland em entrevista coletiva.

O enviado do secretário-geral da ONU explicou que a situação de desespero dos sírios não deixa nenhuma dúvida da necessidade imperante de que sejam amparados e pediu a todo o mundo que responda com pró-atividade.

"Dar dinheiro para ajudá-los não exclui a responsabilidade de acolhê-los", especificou.

Para isso, o que fora diretor-geral do que agora é a Organização Mundial do Comércio (OMC) disse que seria necessário estabelecer algum mecanismo para poder definir esta distribuição, e apontou como um bom exemplo a conferência que em 1956 foi convocada para restabelecer os 200 mil húngaros que tinham fugido à Áustria após a invasão soviética.

Lembrando esses eventos, Sutherland lamentou a atitude das atuais autoridades húngaras com relação à chegada de solicitantes de asilo.

Além disso, Sutherland, que também foi comissário europeu por parte do Reino Unido, deixou claro que está descontente com a atitude da União em geral e como estão administrando esta crise.

"A História julgará isto como um momento determinante para a Europa", disse.

O enviado especial sustentou que a seu entender o Tratado de Schengen, que estabelece a livre circulação de pessoas e bens no interior da União Europeia, "está em perigo", e que se cair, os maiores prejudicados serão os países do Leste, que são o que mais se beneficiam atualmente.

Além disso, tachou o Tratado de Dublin de "absurdo" e advogou por aboli-lo.

O Tratado de Dublin estabelece o mecanismo mediante o qual se administra a permanência na União Europeia de um solicitante de asilo e pede ao primeiro país de amparo que tramite e na maior parte dos casos acolha o refugiado em questão.

"Isto põe um peso absurdo em países de entrada como a Itália e Grécia ou atualmente Hungria".

Dito isto, o enviado especial louvou a posição da Alemanha que anunciou que receberá até 800 mil refugiados, e pediu "coerência" à União Europeia para ter uma posição unida e solidária.

"Estou desalentado pela falta de liderança e visão de alguns países-membros", disse, lembrando que os refugiados não devem ser acolhidos em função de sua religião ou de sua proximidade com o país de origem, mas com base em condições humanitárias.

"Alguns países-membros estão atirando ao chão os princípios e valores nos quais a União foi construída", concluiu.

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Genebra - Todos os países do mundo, inclusive os Estados Unidos e as nações latino-americanas , deveriam acolher refugiados sírios, segundo afirmou nesta terça-feira o enviado especial da ONU para Imigração e Desenvolvimento, Peter Sutherland.

"Todos os países do mundo têm a obrigação, por razões humanitárias, de receber refugiados sírios, e com todos incluo o Canadá, Austrália, América Latina, os do Golfo Pérsico, Estados Unidos e Ásia", indicou Sutherland em entrevista coletiva.

O enviado do secretário-geral da ONU explicou que a situação de desespero dos sírios não deixa nenhuma dúvida da necessidade imperante de que sejam amparados e pediu a todo o mundo que responda com pró-atividade.

"Dar dinheiro para ajudá-los não exclui a responsabilidade de acolhê-los", especificou.

Para isso, o que fora diretor-geral do que agora é a Organização Mundial do Comércio (OMC) disse que seria necessário estabelecer algum mecanismo para poder definir esta distribuição, e apontou como um bom exemplo a conferência que em 1956 foi convocada para restabelecer os 200 mil húngaros que tinham fugido à Áustria após a invasão soviética.

Lembrando esses eventos, Sutherland lamentou a atitude das atuais autoridades húngaras com relação à chegada de solicitantes de asilo.

Além disso, Sutherland, que também foi comissário europeu por parte do Reino Unido, deixou claro que está descontente com a atitude da União em geral e como estão administrando esta crise.

"A História julgará isto como um momento determinante para a Europa", disse.

O enviado especial sustentou que a seu entender o Tratado de Schengen, que estabelece a livre circulação de pessoas e bens no interior da União Europeia, "está em perigo", e que se cair, os maiores prejudicados serão os países do Leste, que são o que mais se beneficiam atualmente.

Além disso, tachou o Tratado de Dublin de "absurdo" e advogou por aboli-lo.

O Tratado de Dublin estabelece o mecanismo mediante o qual se administra a permanência na União Europeia de um solicitante de asilo e pede ao primeiro país de amparo que tramite e na maior parte dos casos acolha o refugiado em questão.

"Isto põe um peso absurdo em países de entrada como a Itália e Grécia ou atualmente Hungria".

Dito isto, o enviado especial louvou a posição da Alemanha que anunciou que receberá até 800 mil refugiados, e pediu "coerência" à União Europeia para ter uma posição unida e solidária.

"Estou desalentado pela falta de liderança e visão de alguns países-membros", disse, lembrando que os refugiados não devem ser acolhidos em função de sua religião ou de sua proximidade com o país de origem, mas com base em condições humanitárias.

"Alguns países-membros estão atirando ao chão os princípios e valores nos quais a União foi construída", concluiu.

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