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ONU pede mobilização contra resistência aos antibióticos

Segundo um estudo britânico recente, as superbactérias poderiam chegar a matar até 10 milhões de pessoas por ano em 2050


	Superbactérias: "Estamos perdendo nossa capacidade de proteger tanto os humanos como os animais de infecções mortais"
 (Thinkstock/Thinkstock)

Superbactérias: "Estamos perdendo nossa capacidade de proteger tanto os humanos como os animais de infecções mortais" (Thinkstock/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2016 às 10h03.

Líderes do mundo inteiro pediram nesta quarta-feira uma mobilização de governos, médicos, laboratórios e consumidores para frear a ameaça crescente das chamadas superbactérias, resistentes a todos os antibióticos conhecidos, que geram um grande número de doenças cada vez mais difíceis de curar.

"A resistência antimicrobiana representa uma ameaça fundamental de longo prazo para a saúde humana, a produção de alimentos e o desenvolvimento", declarou o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, ao abrir a primeira reunião sobre este assunto convocada em uma Assembleia Geral da ONU.

"Estamos perdendo nossa capacidade de proteger tanto os humanos como os animais de infecções mortais", acrescentou.

Como exemplo, citou uma epidemia de febre tifoide resistente aos antibióticos que está se espalhando na África, a crescente resistência aos tratamentos contra a Aids e a progressão de uma forma de tuberculose resistente a antibióticos já registrada em 105 países.

Segundo um estudo britânico recente, estas superbactérias poderiam chegar a matar até 10 milhões de pessoas por ano em 2050, ou seja, serão tão mortais quanto o câncer.

"A situação é ruim e está piorando. Alguns cientistas falam de um tsunami em câmera lenta", expressou a diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan.

"Se continuarmos assim, uma doença banal como a gonorreia se tornará incurável. Você irá ao médico e o doutor se verá obrigado a te dizer: 'sinto muito, não posso fazer nada por você'", disse.

Chan ressaltou que durante anos não se desenvolveu nenhuma nova classe de antibióticos, e que o retorno do investimento neste tipo de medicamentos é insuficiente para a indústria farmacêutica.

Ela pediu uma ação coordenada de todos os setores, tanto públicos como privados, governos, profissionais de saúde, laboratórios e consumidores.

Estes últimos "devem poder comer carne sem antibióticos", disse, em relação à transmissão de infecções resistentes aos antibióticos a partir da carne de animais para os consumidores, amplamente documentada.

Para impulsar todos os agentes públicos e privados a participarem desta luta, os líderes reunidos em Nova York aprovaram uma declaração em que se comprometem a reforçar a regulação do uso de antibióticos, disseminar o conhecimento sobre este fenômeno, incentivar a busca de novas classes de antibióticos e estimular os tratamentos alternativos.

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