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ONU pede investimento de US$ 267 bilhões para erradicar fome

Esse número equivaleria a destinar US$ 160 anuais a cada pessoa em situação de pobreza extrema durante os próximos 15 anos


	Pedido equivaleria a destinar US$ 160 anuais a cada pessoa em situação de pobreza extrema durante os próximos 15 anos
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Pedido equivaleria a destinar US$ 160 anuais a cada pessoa em situação de pobreza extrema durante os próximos 15 anos (thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2015 às 10h56.

Roma - A ONU pediu nesta sexta-feira novos investimentos no valor de US$ 267 bilhões por ano para erradicar a fome no mundo em 2030, dando atenção especial na proteção social e nas necessidades dos mais pobres.

Esse número equivaleria a destinar US$ 160 anuais a cada pessoa em situação de pobreza extrema durante os próximos 15 anos, segundo um relatório divulgado em Roma pelas agências das Nações Unidas especializadas em alimentação e agricultura.

Apresentado antes da conferência internacional sobre o financiamento do desenvolvimento que será realizada na semana que vem na Etiópia, o estudo revela que, se não forem introduzidas mudanças que modifiquem a tendência atual, em 2030 haverá mais de 650 milhões de pessoas sofrendo com fome.

Atualmente calcula-se que existem quase 800 milhões de pessoas nessa situação no mundo, a maioria no campo.

A partir dessa perspectiva, não se conseguiria erradicar a desnutrição crônica até aquela data, tal como almeja a proposta de objetivo de desenvolvimento sustentável para a agenda posterior a 2015 que negocia a comunidade internacional.

Por isso a ONU propõe investir o equivalente a 0,3% do Produto Interno Bruto (PIB) global, um "preço relativamente pequeno" para acabar com a fome, disse em entrevista coletiva o diretor-geral da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva.

O responsável destacou a importância de investir nos sistemas de proteção social, na transferência de fundos aos mais necessitados para que saiam da linha da pobreza (situada em US$ 1,25 por dia), e no investimento público e privado para melhorar as oportunidades de trabalho e renda dessas pessoas.

A diretora-executiva do Programa Mundial de Alimentos (PMA), Ertharin Cousin, considerou que se requer uma mudança de financiamento e medidas contra a discriminação da mulher, enquanto destacou as ações de países como China e Etiópia para melhorar a proteção social de seus cidadãos.

De acordo com Cousin, "é preciso seguir em frente com a ajuda oficial para o desenvolvimento como única resposta" para esses problemas e aumentar os investimentos dos países em desenvolvimento em seus próprios sistemas de proteção social e de agricultura, e em sua capacidade para arrecadar impostos, entre outras vias.

O vice-presidente do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola, Josefina Stubbs, insistiu na necessidade de mobilizar mais recursos para a população rural e acabar com a "injustiça da pobreza". "Os agricultores podem alimentar as pessoas e são parte da solução", acrescentou.

A alimentação custa para a população rural entre 50% e 70% de sua renda, segundo a ONU, que calcula que 870 milhões dos 1,2 bilhão de pessoas que vivem em situação de pobreza extrema não recebem nenhum tipo de proteção social.

Enquanto a maioria dos países de renda média poderiam se permitir os investimentos requeridos para erradicar a fome, uma grande parte de países de baixa renda precisaria de ajuda devido a suas dificuldades econômicas, segundo o relatório.

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