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Reunião sobre o clima pede mudança de rumo no planeta

O secretário-geral da ONU pediu aos líderes mundiais para estabelecerem novo rumo ante os perigos do aquecimento global, ao abrir reunião sobre o clima

Ban Ki-moon: "a mudança climática é a questão crucial de nossa era" (Sonny Tumbelaka/AFP)
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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2014 às 14h16.

Nova York -O secretário-geral da ONU , Ban Ki-moon, pediu nesta terça-feira uma mudança do rumo do planeta diante dos riscos do aquecimento global , em uma cúpula sobre o clima que conta com a participação de mais de 120 chefes de Estado e governo.

"A mudança climática é a questão crucial de nossa era. Está definindo nosso presente. Nossa resposta definirá nosso futuro", afirmou Ban em um discurso de abertura da cúpula em Nova York, no qual pediu liderança para avançar em direção a um acordo no próximo ano.

"Peço a todos os governos a comprometer-se em um acordo universal e significativo sobre o clima em Paris em 2015, e a cumprir com sua parte justa para limitar o aumento da temperatura global a dois graus Celsius", afirmou o secretário-geral das Nações Unidas.

A França foi um dos primeiros atores a formular um anúncio concreto: uma contribuição de 1 bilhão de dólares ao Fundo Verde para o clima, criado na cúpula de Copenhague em 2009 para enfrentar as consequências do aquecimento global.

Ativistas consideram a reunião em Nova York um ponto de inflexão na luta contra o aquecimento global. No domingo, quase 600.000 pessoas saíram às ruas em várias cidades do mundo. Em Nova York, a passeata reuniu 310.000 manifestantes.

"Podemos fazer história ou ser vilipendiados. Agora é nosso momento de agir", declarou ante o plenário o ator Leonardo Di Caprio, designado pela ONU como mensageiro da paz contra o aquecimento global e que participou da manifestação em Nova York.

Muitos cientistas afirmam que, diante dos níveis de emissões de gases de efeito estufa, as temperaturas terão aumentado ao fim do século XXI mais de quatro graus em relação à era pré-industrial. Caso seja alcançado um acordo em Paris, entraria em vigor em 2020.

América Latina olha para o Norte

Entre os países da América Latina, os presidentes que discursaram defenderam as ações da região e exigiram que os países industrializados do Norte cumpram com suas responsabilidades históricas.

"O Brasil não anuncia promessas, mostra resultados. Reduzimos a pobreza e protegemos o meio ambiente", afirmou a presidente Dilma Rousseff, indicando que no Brasil o desmatamento caiu 79% e que o país está cumprindo o compromisso de uma redução de entre 36 e 39% das emissões de gases do efeito estufa até 2020.

Dilma também citou o acúmulo de desastres naturais nos últimos anos, atribuídos por muitos cientistas ao aquecimento global, e recordou que os mesmos afetam em sua maioria os pobres.

"Em um mundo de injustiça ambiental, os pobres são os mais vulneráveis", disse, antes de pedir ações para reduzir a situação, incluindo um acesso melhor a serviços públicos, água potável e saúde.

Já o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou as "potências poluentes" de quererem se aproveitar do aquecimento global, do qual seriam responsáveis, para aplicar sua fórmula capitalista.

"Querem disfarçar as mesmas fórmulas capitalistas tomando as bandeiras dos movimentos ambientalistas", afirmou.

O presidente boliviano Evo Morales, por sua vez, que falou em nome do G77 e da China, presidido por seu país, afirmou que as nações desenvolvidas devem tomar a iniciativa, em consequência de sua responsabilidade histórica no aquecimento global.

Morales citou as dúvidas sobre a sinceridade e credibilidade de alguns, como por exemplo os países que não ratificaram o abandonaram o Protocolo de Kyoto, como Estados Unidos e Canadá.

Mobilização de dinheiro e mercados

Mas a batalha para chegar a um acordo internacional está longe do fim.

China e Índia, que são ao lado dos Estados Unidos os maiores emissores de gases do efeito estufa, não enviaram seus principais líderes ao encontro e estarão representados apenas por um vice-primeiro-ministro, Zhang Gaoli, no caso de Pequim, e do ministro do Meio Ambiente, no caso indiano.

Pequim e Nova Délhi resistem a reduzir as emissões porque não aceitam desacelerar o crescimento e insistem que os países mais ricos devem pagar a maior parcela da conta.

Antes da reunião, a secretária para o clima da ONU, Christiana Figueres, disse não esperar que muitos países apresentassem metas com números, mas destacou a presença de todos os atores importantes: governos, municípios, empresas, grupos financeiros e ONGs.

"Devemos trabalhar para mobilizar dinheiro e mobilizar os mercados. Vamos investir nas soluções climáticas disponíveis. Precisamos de todas as instituições financeiras públicas para este desafio. E precisamos trazer o setor financeiro privado", disse Ban Ki-moon.

Quase 250 presidentes de empresas participam na reunião de Nova York, que parte com a vantagem, segundo a ONU, de evitar os erros de Copenhague-2009, onde os chefes de Estado e de Governo chegaram apenas no último momento.

*Atualizada às 14h10 do dia 23/09/2014

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Um novo estudo, publicado na revista científica Oikos, mostra que dois fatores principais são importantes para a sobrevivência das cabras: as horas de claridade do dia e a temperatura. Para os caprinos da Escócia, que sofrem com o frio das áreas mais elevadas do norte do país, o aquecimento global pode ser uma dádiva. A elevação das temperaturas parece estar tornando a vida um pouco mais fácil para os animais da região, que já começam a marcar território. O aumento da população de cabra selvagem e a mudança de seu habitat foi documentada pelo pesquisador britânico Robin Dunbar, da Universidade de Oxford e seu colega Jianbin Shi.
  • 2. Adeus ao cafezinho

    2 /8(Alex Silva)

  • O nosso querido cafezinho também corre riscos. Segundo uma nova pesquisa, publicada na revista científica Plos One, essa bebida tradicional pode sumir do cardápio dentro de 70 anos devido ao aquecimento global e às mudanças climáticas. O estudo realizado por pesquisadores do Royal Botanic Gardens da Grã-Bretanha, em colaboração com cientistas na Etiópia, constatou que entre 38 e 99,7% das áreas adequadas para o cultivo da espécie arábica desaparecerá até 2080 se as previsões do aumento das temperaturas se concretizarem.
  • 3. Aumento de problemas cardíacos

    3 /8(David Silverman/Getty Images)

    É bom preparar o coração para as mudanças. Eventos climáticos extremos de calor e frio se tornarão mais comuns e isso vai colocar pressão sobre o coração das pessoas, dizem os cientistas. Um estudo publicado no British Medical Journal concluiu que a queda de temperatura de 1ºC em um único dia no Reino Unido está ligado ao aumento de 200 ataques cardíacos. Ondas de calor também geram efeito semelhante. Mais de 11 mil pessoas morreram por complicações cardíacas durante a onda de calor que atingiu a França na primeira metade de agosto de 2003, quando as temperaturas subiram para mais de 40ºC.
  • 4. Queda na capacidade trabalho

    4 /8(Getty Images)

    Um estudo publicado na revista científica “Nature Climate Change” sugere que o aumento da temperatura global nos últimos 60 anos reduziu a capacidade de trabalho em 10%. Pior, a previsão é de que “estresse térmico” poderá prejudicar ainda mais a aptidão do trabalhador para desempenhar suas funções nas próximas décadas. De acordo com a pesquisa, a capacidade de trabalho em 2050 será reduzida a 80% do que hoje.
  • 5. Maratonas mais lentas

    5 /8(Einar Hansen/ StockXchng)

    Embora o tempo dos vencedores de maratonas tenha melhorando gradativamente ao longo do século passado, essa tendência corre risco de diminuir diante do aumento das temperaturas. Um estudo da Universidade de Boston indica que o aquecimento global poderá tornar as maratonas mais lentas, afetando o tempo das vitórias. Mantida a tendência de aquecimento atual, de 0.058°C por ano, até 2100, a chance de detectar uma "desaceleração consistente no tempo de vitória da maratona" é de 95%, diz o estudo.
  • 6. Uvas não curtem calor, logo...

    6 /8(Getty Images)

    As uvas vinícolas são uma das culturas mais sensíveis ao calor, chuvas, incidências de sol e mudanças bruscas no clima. Não à toa, elas estão na mira do aquecimento global. Segundo estudos mais recentes, a produção de vinhos em regiões consagradas, como Bordeaux, na França, pode cair cerca de 60% até 2050. Em contrapartida, a mudança climática poderia também abrir outras partes do mundo para a produção de uvas, uma vez que os produtores teriam que procurar lugares mais altos e mais frios.
  • 7. Mais metano, mais aquecimento

    7 /8(Ian Joughin, University of Washington)

    Os efeitos do aquecimento global, acredite, também podem gerar mais aquecimento global. Estudo recente, publicado na revista Nature por uma equipe internacional de cientistas, mostrou que o degelo no continente antártico pode ser uma fonte importante, embora esquecida, de metano, um gás efeito estufa com potencial de aquecimento global 21 vezes maior do que o do CO2. Ou seja, o derretimento do gelo pode liberar milhões de toneladas desse gás na atmosfera e agravar o aquecimento global.
  • 8. Guarda-chuva para os Pólos?

    8 /8(Divulgação)

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