ONU lembra legado de Mandela com chamado contra a pobreza
Secretário António Guterres pediu que valores que Mandela defendeu, como paz e perdão, não se transformem em "ideais vagas", mas em "ações concretas"
EFE
Publicado em 18 de julho de 2018 às 16h52.
Última atualização em 18 de julho de 2018 às 16h59.
Nações Unidas - A Organização das Nações Unidas (ONU) reivindicou nesta quarta-feira, no centenário de nascimento, o legado de Nelson Mandela (1918-2013), mas advertiu que o seu sonho não estará completo até que a pobreza termine "e não deixe ninguém par trás".
O secretário-geral da ONU , António Guterres, pediu que os valores que Mandela defendeu, como a paz e o perdão, não se transformem em "ideais vagas", mas em "ações concretas que todos possamos realizar".
"Superar a pobreza não é um gesto de caridade, mas de justiça. Significa proteger um direito humano fundamental, o direito à vida digna. Enquanto a pobreza persistir, não haverá liberdade", disse Guterres, citando Mandela.
Na mesma linha, a ministra de Meio ambiente sul-africana, Edna Molewa, lembrou que, se Mandela fosse vivo, não veria o seu sonho realizado porque os negros continuam a ser discriminados.
"O seu legado não pode ser separado da necessidade de alcançar uma emancipação real, e esta é a liberalização econômica. Quando só poucos podem desfrutar da prosperidade e dos direitos humanos, e a maioria não; quando só poucos têm acesso às oportunidades educacionais, e a maioria não, não teremos alcançado a sociedade pela qual Mandela lutou", argumentou ela.
Mandela nasceu em 18 de julho de 1918, na cidade de Mvezo, no sudeste da África do Sul , e foi o primeiro da sua família a ir à escola. Foi a professora que deu a ele o nome de Nelson, que adotou para a vida.
O líder sul-africano foi batizado de Rolihlahla pelos pais. Na linguagem coloquial, Rolihlahla quer dizer "agitador", e, antes de se transformar em ícone da paz, Mandela defendeu a violência como ferramenta de defesa, como lembrou a ministra.
Em 2009, a ONU declarou 18 de julho como o Dia Internacional de Nelson Mandela (Mandela Day), que após 27 anos e meio na prisão se tornou o primeiro presidente negro da África do Sul, em 1994.