Síria: a votação ocorreu pouco depois que as forças leais ao presidente sírio realizaram novos bombardeios sobre Aleppo (Abdalrhman Ismail/Reuters)
AFP
Publicado em 9 de dezembro de 2016 às 22h04.
A Assembleia Geral da ONU aprovou nesta sexta-feira, por ampla maioria, uma resolução que reivindica um cessar-fogo imediato na Síria e a entrega urgente de ajuda humanitária, depois que as forças de Bashar al-Assad lançaram um novo ataque em Aleppo.
A medida, redigida pelo Canadá, foi aprovada por 122 votos contra 13 na Assembleia, integrada por 193 países, com 36 abstenções. Rússia, China e Irã foram alguns dos países que se opuseram.
A votação ocorreu pouco depois que as forças leais ao presidente sírio realizaram novos bombardeios sobre Aleppo.
A ONU informou que centenas de pessoas estão desaparecidas após tentarem fugir da cidade.
"Esta votação é para elevar a voz e dizer à Rússia e a Assad para pararem com essa carnificina", assinalou a embaixadora dos Estados Unidos, Samantha Power, antes da medida ser aprovada.
"Esta votação é para defender os princípios fundamentais de como devem atuar os Estados, inclusive durante a guerra", afirmou.
Power pediu à Síria e a seus aliados que permitam aos civis abandonar o leste de Aleppo e que deem aos rebeldes em combate saídas seguras da cidade.
"Não os enviem às prisões do regime para serem torturados", insistiu a diplomata americana.
O embaixador russo, Vitaly Churkin, acusou os Estados Unidos de usarem "uma retórica agressiva" e disse que a resolução tem "grandes falhas" ao não enfatizar a necessidade de lutar contra grupos terroristas.
Líbano, Iraque, África do Sul, Nigéria e Índia foram alguns dos países que se abstiveram.
A resolução exige "pôr fim completamente aos ataques contra os civis" e um cessar-fogo imediato.
Além disso, reivindica a retirada de todos os cercos, assim como um "acesso rápido, seguro, prolongado, sem obstáculos e incondicional à ajuda humanitária" em todo o país.
Rússia e China vetaram esta semana um projeto de resolução do Conselho de Segurança para estabelecer um cessar-fogo de sete dias em Aleppo, que está a ponto de cair nas mãos das tropas governamentais.
Essa foi a sexta vez que Moscou - um dos aliados mais firmes de Assad - usou seu poder de veto para bloquear uma ação na Síria.
Mais de 300 mil pessoas morreram desde o início do conflito em março de 2011 e quase metade da população está deslocada, fazendo com que milhões de cidadãos se tornem refugiados.