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ONU espera que Trump "reconsidere" saída do Acordo de Paris

Secretária-executiva das Nações Unidas disse que os Estados Unidos "vêm participando de negociações e deliberações"

Trump: presidente anunciou no ano passado sua decisão de tirar os EUA do Acordo de Paris, argumentando que se ater a ele custaria à sua nação trilhões de dólares (Shannon Stapleton/Reuters)

Trump: presidente anunciou no ano passado sua decisão de tirar os EUA do Acordo de Paris, argumentando que se ater a ele custaria à sua nação trilhões de dólares (Shannon Stapleton/Reuters)

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Reuters

Publicado em 26 de fevereiro de 2018 às 14h08.

Cidade do México - A Organização das Nações Unidas (ONU) continua tendo esperança de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, mudará de ideia sobre retirar seu país do Acordo de Paris contra a mudança climática, e manterá o segundo maior emissor global de gases de efeito estufa no pacto global, disse a chefe de políticas climáticas da ONU.

Trump anunciou no ano passado sua decisão de tirar os EUA do Acordo de Paris, argumentando que se ater a ele custaria à sua nação trilhões de dólares em empregos perdidos e que prejudicaria as indústrias norte-americanas, mas deixou a porta aberta para uma renegociação do pacto.

"Ainda mantemos a esperança de que pode haver uma reconsideração", disse Patricia Espinosa, secretária-executiva da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática. "Neste meio tempo eles vêm participando de negociações e deliberações", disse ela à Thomson Reuters Foundation em uma entrevista.

Pelas regras da ONU, os EUA não podem deixar o acordo climático de Paris antes de novembro de 2020. A maioria dos governos não quer retomar as discussões sobre seus termos.

Patricia disse que o Acordo de Paris já foi ratificado por 175 nações.

O acordo climático estabeleceu a meta de manter a elevação das temperaturas globais médias "bem abaixo" dos 2 graus Celsius acima dos tempos pré-industriais, e idealmente em 1,5 grau - o mundo já teve um aquecimento de cerca de 1 grau Celsius.

Os países precisam acelerar as medidas para reduzir as emissões acumuladoras de calor para cumprir as metas de Paris, alertou Patricia, acrescentando que esse ímpeto pode vir de um "manual operacional" para o acordo, que deve ser finalizado em conversas na Polônia em dezembro.

"Estamos vendo sinais muito misturados. Por um lado estamos vendo exemplos incríveis de inovação, e até paixão e comprometimento para tratar da mudança climática", disse a ex-diplomata mexicana, notando que os esforços de cidades e Estados dos EUA para levar ações climáticas adiante têm sido um ponto positivo.

"Por outro lado, também estamos ouvindo… e vendo diante de nossos olhos sinais de que os efeitos da mudança climática podem ser piores do que havíamos previsto ou que os cientistas haviam previsto".

Reverter a tendência de alta nas emissões globais até 2020 é o "cenário ideal", mas os cientistas dão a entender que existe uma "janela muito pequena" de oportunidade para fazê-lo, disse.

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