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ONU diz que falta de comida levou 2,3 milhões de venezuelanos ao êxodo

Também por grave escassez de remédios e equipamentos médicos, imigrantes têm como destinos Brasil, Colômbia, Equador e Peru

Venezuela: país se tornou a quarta nação que mais apresentou solicitações de refúgio em 2017 (Daniel Tapia/Reuters)

Venezuela: país se tornou a quarta nação que mais apresentou solicitações de refúgio em 2017 (Daniel Tapia/Reuters)

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AFP

Publicado em 14 de agosto de 2018 às 19h52.

O número de venezuelanos que fugiu de seu país chegou a 2,3 milhões de pessoas, sobretudo devido à falta de alimentos e remédios, o que coloca em risco dezenas de milhares de cidadãos, declarou nesta terça-feira (14) o porta-voz da ONU.

Os venezuelanos fugiram principalmente para Brasil, Colômbia, Equador e Peru, detalhou o porta-voz das Nações Unidas, Stephane Dujarric.

"As pessoas assinalam a falta de comida como sua principal razão para partir", disse Dujarric, em um país no qual 1,3 milhão de venezuelanos sofrem de desnutrição.

Uma grave escassez de remédios e equipamentos médicos levou a uma "forte deterioração da qualidade dos hospitais", afirmou o porta-voz, citando funcionários humanitários da ONU.

Mais de 100.000 venezuelanos que vivem com aids "estão em risco devido à falta de acesso ao medicamento necessário", assinalou.

Doenças antes erradicadas como o sarampo, a malária, a tuberculose e a difteria reapareceram e estão em alta.

Apesar de sua gigante riqueza petroleira, a economia venezuelana está em queda livre desde que caíram os preços do petróleo em 2014, o que provocou um buraco nas finanças do país.

O presidente Nicolás Maduro enfrenta duras críticas por sua gestão da economia e acusações de que está caindo no autoritarismo.

O Equador declarou neste mês emergência migratória pela chegada de 4.200 venezuelanos por dia.

Um juiz federal do Brasil suspendeu neste mês a entrada de venezuelanos por terra na fronteira norte, até que o Supremo Tribunal Federal rejeitou essa decisão.

Mais de um milhão de pessoas entrou na Colômbia a partir da Venezuela no último ano e meio, a maioria com a intenção de ficar, segundo as autoridades colombianas. A Colômbia regularizou nos últimos anos 820.000 venezuelanos.

Segundo o relatório anual da agência da ONU para os refugiados (Acnur) divulgado em junho, a Venezuela se tornou a quarta nação que mais  solicitações de refúgio apresentou em 2017, com 111.600 registradas, um forte aumento diante das 34.200 de 2016. O país que em 2017 recebeu mais solicitações de refúgio de venezuelanos foi Peru, seguido por Estados Unidos, Brasil e Espanha.

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