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ONU denuncia Nicarágua por graves violações de direitos humanos

A ONU denunciou as detenções arbitrárias e tortura de pessoas presas durante os protestos na Nicarágua

Nicarágua: os protestos e a repressão policial já deixaram mais de 325 mortos (Oswaldo Rivas/Reuters)

Nicarágua: os protestos e a repressão policial já deixaram mais de 325 mortos (Oswaldo Rivas/Reuters)

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AFP

Publicado em 6 de setembro de 2019 às 13h29.

A ONU pediu, nesta sexta-feira, o fim da "impunidade" na Nicarágua, onde a polícia e elementos pró-governo continuam a cometer "violações graves" dos direitos humanos, em um contexto de crise política.

A Alta Comissária da ONU para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, afirmou em seu relatório que documentou "graves violações dos direitos humanos cometidos desde meados de abril de 2018 no contexto dos protestos" no país da América Central.

"As prisões e detenções arbitrárias continuaram sendo um meio de repressão à expressão de dissidência, e persistiram os casos de tortura e maus-tratos a pessoas privadas de liberdade em relação aos protestos", afirmou o documento.

A ONU observa que "o sistema de justiça foi utilizado para criminalizar dissidências e garantir a impunidade dos responsáveis por violações de direitos humanos, demonstrando a falta de independência do judiciário em relação ao poder executivo".

A Nicarágua, um dos países mais pobres da região, é comandado desde 2006 pelo ex-guerrilheiro sandinista Daniel Ortega.

O país atravessa uma grave crise desde abril de 2018, quando eclodiu uma onda de protestos contra a reforma da previdência social. Os manifestantes exigiam que Ortega deixasse a presidência devido à repressão nos protestos.

A violência deixou mais de 325 mortos e 2.000 feridos, 62.500 exilados, centenas de opositores presos e uma profunda recessão econômica.

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