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ONU denuncia impunidade após estupros na Costa do Marfim

Um relatório do Alto Comissariado e da Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim (ONUCI) denuncia "este flagelo que segue deixando muitas vítimas no país"


	Costa do Marfim: a ONU não dispõe de "estimativa total do número de casos na Costa do Marfim, na falta de estatísticas oficiais consolidadas"
 (Naashon Zalk/Bloomberg News)

Costa do Marfim: a ONU não dispõe de "estimativa total do número de casos na Costa do Marfim, na falta de estatísticas oficiais consolidadas" (Naashon Zalk/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 12 de julho de 2016 às 09h38.

A ONU denunciou a persistência dos estupros na Costa do Marfim, em particular contra crianças, e a impunidade envolvendo os agressores.

"Nos últimos anos, a Costa do Marfim conquistou avanços significativos em matéria de direitos humanos, mas a persistência dos estupros e da impunidade de seus autores continua sendo alvo de forte preocupação e requer uma ação urgente", indicou o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Zeid al Raad al Hussein, em um comunicado publicado na noite de segunda-feira.

Um relatório do Alto Comissariado e da Operação das Nações Unidas na Costa do Marfim (ONUCI) denuncia "este flagelo que segue deixando muitas vítimas no país".

Uma diretora da ONUCI, Sarah de Hemptinne, indicou à AFP que a ONU não dispõe de "estimativa total do número de casos na Costa do Marfim, na falta de estatísticas oficiais consolidadas" neste país africano.

Com base em uma amostra de 1.129 casos de estupros cometidos entre o início de 2012 e o fim de 2015, a ONU estabeleceu que 66% das vítimas eram crianças. Depois disso foi aberta uma investigação sobre 90% destes estupros, mas menos de 20% foram alvos de julgamento.

A Costa do Marfim viveu uma década de crise político-militar, marcada por uma divisão entre o Norte, nas mãos de uma rebelião, e o Sul, controlado pelos partidários do ex-presidente Laurent Gbagbo, no poder entre 2000 e 2011.

Este período culminou com a crise pós-eleitoral de 2010-2011, provocada pela negativa de Gbagbo de reconhecer a vitória de seu rival Alassane Ouattara na presidencial de novembro de 2010. A violência deixou, então, mais de 3.000 mortos em cinco meses.

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