Membros das Forças de Segurança do Iraque na cidade de Jurf al-Sakhar, ao sul de Bagdá (Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2014 às 22h34.
São Paulo - Companhias aéreas de Dubai e da Europa estão alterando as rotas de voo sobre o espaço aéreo do Iraque, em um momento no qual o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) condena a ofensiva do grupo Estado Islâmico.
Em uma resolução adotada por unanimidade nesta quarta-feira, o conselho de segurança pediu que as lideranças políticas do Iraque tomem decisões para unir o país.
Para a ONU, esse é o único modo de conter a ameaça. Os membros do conselho pediram que todos os grupos políticos superem as divisões e insistiu que os líderes formem rapidamente um governo que reflita todos os segmentos da população.
Enquanto isso, as companhias aéreas temem que o Estado Islâmico tenha acesso a armas capazes de abater aviões. Entre as empresas que alteraram suas rotas de voo estão a Virgin Atlantic, KLM e Air France.
Eric Prevot, porta-voz para o centro de operações de voo da Air France, disse especificamente que a empresa detectou uma "ameaça potencial" em 24 de julho, o que motivou a decisão de evitar o espaço aéreo do país.
Já o governo iraquiano alega que os aeroportos são seguros. "Não há ameaça a aviões passando pelos céus do Iraque", disse Nassir Bandar, chefe da Autoridade Iraquiana de Aviação Civil.
O Iraque enfrenta a pior crise desde a retirada das tropas norte-americanas em 2011, sendo que o Estado Islâmico invadiu cidades como Mosul e Tikrit.
Muitas companhias aéreas internacionais continuavam voando normalmente sobre as áreas controladas pelos militantes, até que a Emirates, sediada em Dubai, publicamente anunciou que estava evitando a região.
A Air France afirmou que evita vários rotas sobre o Iraque, Síria, Líbia, leste da Ucrânia e Crimeia. A holandesa KLM anunciou a interrupção dos voos sobre o Iraque na semana passada, acrescentando a suspensão de alguns voos para Israel nos últimos dias.
A norte-americana Delta Air Lines também declarou que possui áreas de proibição de voos sobre o Afeganistão, Irã, Iraque, Coreia do Norte e Ucrânia.
A Etihad Airways, de Abu Dhabi, declarou que mantém uma série de contingências em relação ao Iraque, mas acrescentou que não vê evidências de capacidade ou intenção de nenhum lado do conflito para derrubar aviões sobrevoando o Iraque.