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ONU alerta países ocidentais contra uma escalada total na Síria

ONU alerta para possível ataque na Síria em resposta ao ataque químico que supostamente foi orquestrado pelo regime sírio

Ataque químico: ONU alerta para possível ataque Ocidental na Síria em resposta ao ataque químico em Duma (White Helmets/Reuters TV/Reuters)

Ataque químico: ONU alerta para possível ataque Ocidental na Síria em resposta ao ataque químico em Duma (White Helmets/Reuters TV/Reuters)

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AFP

Publicado em 13 de abril de 2018 às 16h11.

Os países ocidentais estavam avaliando nesta sexta-feira (13) suas opções para punir o regime sírio por suposto uso de armas químicas no conflito, apesar das reiteradas advertências da ONU sobre uma "escalada total" na guerra.

Após citar a possibilidade de ataques aéreos esta semana, o presidente americano, Donald Trump, ainda não havia tomado "a decisão final" nesta sexta, segundo a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley.

E apesar de se dizerem convencidos da responsabilidade do regime de Bashar al-Assad no ataque que teria feito mais de 40 mortos no último sábado em Ghouta Oriental, perto de Damasco, os países ocidentais pareciam hesitar diante dos temores de uma "escalada militar total" na Síria, segundo as palavras do secretário-geral da ONU, Antonio Guterres.

E sobretudo após as ameaças de resposta da Rússia.

O presidente russo, Vladimir Putin, alertou seu colega francês, Emmanuel Macron, contra qualquer "ato imprudente e perigoso" na Síria, que poderia ter "consequências imprevistas".

A Síria advertiu a ONU que não teria "outra escolha" senão se defender caso fosse atacada.

A fim de "trazer de volta a paz e a estabilidade" na Síria, Emmanuel Macron disse a Vladimir Putin, durante uma conversa por telefone, que o diálogo deveria "se intensificar" entre Paris e Moscou, de acordo com o palácio do Eliseu.

Circunstâncias perigosas

Trata-se de uma procrastinação para Nikki Haley, que pareceu perder a paciência nesta sexta-feira em uma reunião do Conselho de Segurança convocada a pedido de Moscou.

"Em algum momento, teremos que fazer alguma coisa", disse ela. "Vocês deveriam dizer: 'já chega'", acrescentou, citando os muitos vetos russos na ONU a uma investigação do uso de armas químicas pelo regime sírio.

Mas o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, expressou sua preocupação com as "crescentes tensões". "A incapacidade de encontrar um compromisso para estabelecer um mecanismo de investigação ameaça levar a uma escalada militar total", alertou, pedindo aos membros do Conselho de Segurança que "ajam com responsabilidade nessas circunstâncias perigosas".

Evitar o confronto

Na quinta-feira, o embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, disse que a prioridade era "evitar o perigo" de um confronto militar direto entre os Estados Unidos e a Rússia, que mantém tropas na Síria.

"Estamos tentando impedir o massacre de inocentes", explicou na quinta o secretário americano de Defesa, Jim Mattis, citando a perspectiva de ataques aéreos iminentes por parte dos americanos, franceses e, talvez, britânicos.

No entanto, "no plano estratégico, a questão é saber como evitar uma escalada fora de controle", acrescentou.

Em um contexto de relações tensas com o Ocidente pelo caso do ex-espião Serguei Skripal, envenenado na Inglaterra, o Exército russo acusou o Reino Unido de ter participado da "encenação" do ataque químico em Ghouta Oriental.

O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, também alertou contra a crescente pressão migratória sobre a Europa como resultado de eventuais ataques ocidentais.

"Até mesmo excessos insignificantes causarão novas ondas migratórias para a Europa", o que pode "alegrar aqueles que estão protegidos por um oceano", disse ele, em uma referência clara aos Estados Unidos.

Londres prudente

Depois de anunciar ataques aéreos no início desta semana, Donald Trump deu prosseguimento às discussões com seus aliados na quinta-feira à noite, incluindo com a primeira-ministra britânica Theresa May.

Londres continua prudente sobre seu envolvimento em eventuais represálias militares, preferindo a "coordenação de uma resposta internacional" sobre uma questão que divide profundamente a opinião pública e a classe política do Reino Unido.

Na quinta-feira, o presidente francês Emmanuel Macron foi evasivo quanto ao cronograma de uma possível intervenção militar, enquanto assegurou ter "provas" da implicação do regime de Bashar al-Assad no ataque químico.

A chanceler alemã, Angela Merkel, considerou "óbvio" que o regime sírio ainda disponha de um arsenal químico, enquanto enfatizou que Berlim não participará de ações militares contra Damasco.

A Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ), que deve se reunir na segunda-feira, disse que seus especialistas estavam a caminho da Síria e começariam a trabalhar no sábado.

 

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