Exame Logo

ONG denuncia ataque químico feito pelo Exército da Síria

Ativistas sírios e fontes de hospitais da região disseram que casos foram registrados na região de Al Sukari, onde soldados lançaram barris com o gás venenoso

Civis: ataque provocou sintomas de asfixia em 70 pessoas, entre elas crianças e mulheres (Rodi Said/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de setembro de 2016 às 15h14.

Beirute - O Observatório Sírio de Direitos Humanos denunciou nesta terça-feira que as forças do regime do presidente do país, Bashar al-Assad , lançaram um ataque com gás em um bairro da cidade de Aleppo, que provocou sintomas de asfixia em 60 pessoas, entre elas crianças.

Ativistas sírios e fontes de hospitais da região disseram à Agência Efe que os casos foram registrados em Al Sukari, onde os soldados governamentais lançaram barris com o gás cloro.

Desde Al Sukari, o diretor do organização Legista de Aleppo Livre, Mohammed Kahil, explicou à Agência EFE que helicópteros militares, cuja origem não soube precisar, lançaram barris de explosivos com gás cloro contra esse distrito, controlado pelos rebeldes, por volta das 14h local (8h, em Brasília).

Kahil afirmou que o número de pessoas afetadas por asfixia é superior a 100, "já que em um hospital foram internadas 80 e, em outro, 50".

O responsável médico acrescentou que sua organização, que presta serviços de saúde, atendeu alguns dos afetados, que mais tarde foram transferidos a um hospital.

Por sua vez, o cirurgião Rami Klazi também não descartou que o número de casos de asfixia seja superior a 100.

"Segundo o que me contaram meus colegas e ativistas, o bombardeio foi realizado com gás cloro", apontou Klazi, que não reside em Aleppo, mas que mantém contato com médicos no interior da cidade.

A Defesa Civil síria, um grupo de voluntários que realiza trabalhos de resgate em áreas sob controle opositor, divulgou um vídeo no qual é possível ver vários de seus membros limpando com mangueiras de água a pele e a roupa de vários afetados pelo ataque.

Em outra sequência, é possível ver como várias pessoas com sintomas de asfixia são atendidas em um centro sanitário com máscaras de oxigênio.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos, que citou fontes médicas, confirmou este suposto ataque com gás por parte das forças governamentais contra o distrito de Al Sukari e afirmou também que houve 60 pessoas com sintomas de asfixia.

Segundo o relatório de especialistas da ONU entregue em agosto ao Conselho de Segurança, o governo do presidente sírio, Bashar al Assad, e os terroristas do grupo Estado Islâmico (EI) utilizaram armas químicas na Síria desde 2013.

Nesse ano, o Executivo de Damasco aceitou a destruição de seu arsenal químico após vários supostos ataques, uma eliminação que aconteceu com base em uma resolução aprovada pelo próprio Conselho de Segurança da ONU, que estabelecia a possibilidade de impor castigos em caso de descumprimento.

No entanto, a Rússia, aliada de Assad, descartou a imposição de sanções à Síria na ONU pelo uso de armas químicas e considera que o relatório elaborado a respeito não deixa clara a responsabilidade do regime.

Texto atualizado às 15h14

Veja também

Beirute - O Observatório Sírio de Direitos Humanos denunciou nesta terça-feira que as forças do regime do presidente do país, Bashar al-Assad , lançaram um ataque com gás em um bairro da cidade de Aleppo, que provocou sintomas de asfixia em 60 pessoas, entre elas crianças.

Ativistas sírios e fontes de hospitais da região disseram à Agência Efe que os casos foram registrados em Al Sukari, onde os soldados governamentais lançaram barris com o gás cloro.

Desde Al Sukari, o diretor do organização Legista de Aleppo Livre, Mohammed Kahil, explicou à Agência EFE que helicópteros militares, cuja origem não soube precisar, lançaram barris de explosivos com gás cloro contra esse distrito, controlado pelos rebeldes, por volta das 14h local (8h, em Brasília).

Kahil afirmou que o número de pessoas afetadas por asfixia é superior a 100, "já que em um hospital foram internadas 80 e, em outro, 50".

O responsável médico acrescentou que sua organização, que presta serviços de saúde, atendeu alguns dos afetados, que mais tarde foram transferidos a um hospital.

Por sua vez, o cirurgião Rami Klazi também não descartou que o número de casos de asfixia seja superior a 100.

"Segundo o que me contaram meus colegas e ativistas, o bombardeio foi realizado com gás cloro", apontou Klazi, que não reside em Aleppo, mas que mantém contato com médicos no interior da cidade.

A Defesa Civil síria, um grupo de voluntários que realiza trabalhos de resgate em áreas sob controle opositor, divulgou um vídeo no qual é possível ver vários de seus membros limpando com mangueiras de água a pele e a roupa de vários afetados pelo ataque.

Em outra sequência, é possível ver como várias pessoas com sintomas de asfixia são atendidas em um centro sanitário com máscaras de oxigênio.

O Observatório Sírio de Direitos Humanos, que citou fontes médicas, confirmou este suposto ataque com gás por parte das forças governamentais contra o distrito de Al Sukari e afirmou também que houve 60 pessoas com sintomas de asfixia.

Segundo o relatório de especialistas da ONU entregue em agosto ao Conselho de Segurança, o governo do presidente sírio, Bashar al Assad, e os terroristas do grupo Estado Islâmico (EI) utilizaram armas químicas na Síria desde 2013.

Nesse ano, o Executivo de Damasco aceitou a destruição de seu arsenal químico após vários supostos ataques, uma eliminação que aconteceu com base em uma resolução aprovada pelo próprio Conselho de Segurança da ONU, que estabelecia a possibilidade de impor castigos em caso de descumprimento.

No entanto, a Rússia, aliada de Assad, descartou a imposição de sanções à Síria na ONU pelo uso de armas químicas e considera que o relatório elaborado a respeito não deixa clara a responsabilidade do regime.

Texto atualizado às 15h14

Acompanhe tudo sobre:Armas químicasGovernoONGsONUSíria

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame