OMS: Apesar dos novos estudos, autoridades da organização anda não sabem se existe imunização após a infecção pelo SARS-Cov-2 (Pierre Albouy/Reuters)
AFP
Publicado em 6 de maio de 2020 às 16h20.
Última atualização em 6 de maio de 2020 às 17h40.
Os pacientes com coronavírus que foram declarados curados e depois voltaram a testar positivos para a doença refletem a persistência das células infectadas nos pulmões. Esses casos, no entanto, não podem ser considerados uma nova contaminação, informou a OMS nesta quarta-feira (6).
Há várias semanas, dezenas de casos de pacientes sul-coreanos que tinham sido curados e voltaram a testar positivo gerou preocupação internacional.
Questionada pela AFP, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse estar "ciente desse tipo de paciente", sem mencionar o país asiático. "Pelo que sabemos até agora, a partir de dados muito recentes, parece que esses pacientes expelem material que se manteve nos pulmões, como parte do processo de recuperação", afirmou a organização.
"Temos que coletar evidências de forma sistemática para entender melhor por quanto tempo (esses pacientes) mantêm o vírus 'ainda ativo'", explicou.
Em uma entrevista recente à BBC, Maria Van Kerkhove, uma das responsáveis pela gestão da pandemia na OMS, alegou que eram "células mortas" nos pulmões, que foram expulsas e que eram o vetor para indicar o teste como positivo. "Não é o vírus contagioso, não é uma reinfecção, não é uma reativação. Faz parte do processo de recuperação", insistiu.
No entanto, essa resposta não esclarece completamente a questão crucial: existe imunização após a infecção pelo SARS-Cov-2 (vírus)? E se sim, por quanto tempo e em que grau? "Não temos essa resposta", explicou Maria Van Kerkhove.
Por enquanto, os especialistas se baseiam somente nos outros tipos de coronavírus, que não geram imunidade ao longo da vida, como a Sars, que apenas protegeu pacientes curados por alguns meses.