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OMS prevê que novo coronavírus vai se espalhar pela China e outros países

Casos começaram a ser relatados em Taiwan, Japão e Tailândia

Mulher usa máscaras em Pequim: rápida disseminação do vírus preocupa as autoridades chinesas (Jason Lee/Reuters)

Mulher usa máscaras em Pequim: rápida disseminação do vírus preocupa as autoridades chinesas (Jason Lee/Reuters)

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Reuters

Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 08h55.

Última atualização em 21 de janeiro de 2020 às 08h58.

Genebra — A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse nesta terça-feira que o novo coronavírus descoberto na China provavelmente se espalhará para outras partes do país e possivelmente para outros países nos próximos dias.

"Mais casos devem ser esperados em outras partes da China e possivelmente em outros países nos próximos dias", disse Tarik Jasarevic, porta-voz da OMS.

Até agora, na China, o vírus estava concentrado principalmente na cidade de Wuhan, embora casos isolados também tenham sido relatados em Xangai e Pequim. Outros casos também foram relatados fora da China, incluindo Coreia do Sul, Tailândia e Japão.

No total, 258 pessoas foram contaminadas pelo vírus apenas nesta cidade, das quais 227 continuam em tratamento.

Além disso, 922 pessoas estão em observação por suspeita de infecção por este coronavírus da família da Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS), de acordo com a Comissão Nacional de Saúde Chinesa.

A ilha Taiwan, região autônoma da China, confirmou nesta terça-feira o primeiro caso de infecção pelo novo coronavírus, uma mulher de 50 anos que voltou à ilha depois de trabalhar na cidade chinesa de Wuhan, onde o surto começou.

O Centro de Controle de Doenças de Taiwan disse que a mulher, do sul de Taiwan, retornou à ilha na segunda-feira e foi enviada do aeroporto ao hospital depois de apresentar sintomas como febre e tosse.

O órgão pediu às pessoas que não entrem em pânico, dizendo que a mulher foi identificada assim que chegou a Taiwan.

Taiwan já alertou a China e a Organização Mundial da Saúde sobre o caso, acrescentou o governo.

Taiwan, que tem estreitos vínculos econômicos e pessoais com a China, apesar das tensões políticas entre os dois lados, estabeleceu na segunda-feira um centro de comando de resposta a epidemias para coordenar a resposta da ilha ao vírus.

Taiwan também preparou mais de 1.000 leitos em enfermarias de isolamento, caso o vírus se espalhe ainda mais.

Crescente preocupação

A rápida disseminação do vírus preocupa as autoridades chinesas, pois coincide com o Ano Novo Lunar. Nesta época, centenas de milhões de pessoas viajam para passar o feriado em família.

O presidente chinês, Xi Jinping, disse que o novo vírus deve ser "absolutamente detido".

"A segurança da vida das pessoas e sua saúde física devem ser prioridades", declarou à emissora estatal CCTV.

Acredita-se que um mercado de mariscos seja o centro do surto na cidade de Wuhan, mas as autoridades de saúde relataram que também identificaram pacientes sem histórico de contato com esse centro comercial.

Em um artigo publicado na sexta-feira, cientistas do Centro MRC de Análise Global de Doenças Infecciosas do Imperial College de Londres alertaram que o número de casos provavelmente chegará a 1.700, bem acima do número anunciado oficialmente.

O vice-prefeito de Wuhan, Chen Xiexin, disse à CCTV no fim de semana que termômetros infravermelhos foram instalados em aeroportos, estações ferroviárias e rodoviárias em toda cidade.

Chen explicou que os passageiros com febre recebem máscaras e são transferidos para instituições médicas.

Segundo a CCTV, cerca de 300.000 testes de temperatura corporal já foram realizados.

Na Coreia do Sul, o Centro Coreano de Controle e Prevenção de Doenças (KCDC) informou na segunda-feira (20) que uma mulher chinesa de Wuhan, de 35 anos, testou positivo para o novo coronavírus.

Essa mulher já teria ido a um hospital em Wuhan com sintomas semelhantes a um resfriado. Depois de receber medicação, embarcou em um avião para a cidade de Seul, onde aterrissou no aeroporto de Incheon. Foi imediatamente colocada em quarentena.

As autoridades de Hong Kong adotaram medidas de detecção, incluindo rigorosos pontos de controle de temperatura para viajantes que chegam da China continental.

Já os Estados Unidos anunciaram na sexta-feira que vão monitorar os voos diretos que chegam de Wuhan aos aeroportos de São Francisco e ao JFK, de Nova York.

Enquanto isso, a Tailândia informou que já está checando os passageiros que desembarcam em Bangcoc, Chiang Mai e Phuket e que, em breve, introduzirá controles semelhantes em Krabi.

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