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OMS diz que covid zero da China salvou vidas, mas hoje é 'insustentável'

O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom, disse que conversou com autoridades chinesas sobre os números de covid-19

Pequim adota uma estratégia de covid zero, que mantém confinadas cerca de 25 milhões de pessoas em Xangai devido a um surto de coronavírus (AFP/AFP)
Drc

Da redação, com agências

Publicado em 10 de maio de 2022 às 15h49.

Última atualização em 10 de maio de 2022 às 15h54.

A política de "covid zero" impulsionada pelo governo da China para conter a pandemia se tornou "insustentável", afirmou o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, nesta terça-feira, 10.

"Quando falamos da estratégia de 'covid zero', acreditamos que é insustentável, considerando-se a evolução atual do vírus e nossas previsões", disse, em coletiva de imprensa em Genebra.

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Adhanom disse que tem conversado sobre o assunto com especialistas chineses.

"Como disse o doutor Tedros, tem de ter capacidade de se adaptar às circunstâncias, ao que vemos nos dados (...) e ele falou em detalhe com os colegas chineses", disse o diretor de Situações de Emergência, Michael Ryan.

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Os especialistas da OMS afirmaram que a política foi muito importante para que a China mantivesse o número de mortes sob controle.

A China acumula cerca de quatro mortes por milhão de habitantes, um total de pouco mais de 5 mil mortes acumuladas, em meio às 1,4 bilhão de pessoas.

O Brasil soma ao longo da pandemia mais de 3,1 mortes por milhão de habitantes (664 mil no total), e os EUA, cerca de 3 mil por milhão (ou mais de 997 mil no total).

"É algo que a China quer proteger", reconheceu o dr. Ryan, afirmando que, diante do aumento do número de mortes em fevereiro e em março deste ano entre os chineses, é esperado que o governo reaja.

"Mas todas as suas ações, como repetimos desde o início, devem ser tomadas com respeito às pessoas e aos direitos humanos", acrescentou.

No final da semana passada, a China voltou a anunciar que mantinha sua estratégia de covid zero, apesar da crescente insatisfação da população, sobretudo em Xangai, onde moradores confinados protestam batendo panelas nas janelas.

O gigante asiático enfrenta sua pior onda epidêmica desde o começo da pandemia, em 2020, e segue aplicando a mesma política de controle rigoroso dos novos casos. O país tem registrado mais de 20 mil novos casos por dia.

O número de casos é baixo perto dos patamares de outros países e do tamanho da população, e o número de mortes não tem passado de 50 ou menos por dia, mas levanta preocupações em um país que chegou a ter semanas a fio sem uma única morte registrada. A China tem quase 90% da população vacinada contra a covid-19.

(Com informações da AFP)

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