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OMS avalia 8 tratamentos e duas vacinas para combater ebola

A comunidade internacional tentava acelerar sua resposta à epidemia de ebola, com a OMS propondo oito tratamentos e duas vacinas experimentais


	Médico se prepara para atender a pacientes com febre ebola, na Guiné
 (AFP)

Médico se prepara para atender a pacientes com febre ebola, na Guiné (AFP)

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Da Redação

Publicado em 4 de setembro de 2014 às 13h53.

Genebra - A comunidade internacional tentava acelerar nesta quinta-feira sua resposta à epidemia de ebola, com a União Africana anunciando uma reunião de emergência para traçar estratégias de combate à doença e a Organização Mundial da Saúde (OMS) propondo oito tratamentos e duas vacinas experimentais.

Estes diferentes tratamentos, incluindo o já utilizado ZMapp, e as vacinas foram apresentados a cerca de 200 especialistas reunidos em Genebra pela OMS para analisar as "possibilidades de produção e utilização."

"Nenhuma das substâncias foi clinicamente comprovada", segundo o relatório publicado nesta quinta-feira pela OMS, que indica que apesar das "medidas implementadas para acelerar o ritmo dos testes clínicos", "os novos tratamentos e vacinas não estarão disponíveis para uso geral antes do final de 2014".

"Até lá, apenas pequenas quantidades chegando a algumas doses/tratamentos estarão disponibilizados", informa a organização, que ressalta que o desenvolvimento e a avaliação clínica destes tratamentos levaria "até 10 anos em circunstâncias normais".

"Aumentar a produção de qualquer medicamento ou vacina leva meses ou anos porque deve respeitar todas as etapas, e o processo de produção leva tempo, não é instantâneo", explica uma porta-voz da OMS, Fadela Chaib.

A atual epidemia do vírus ebola, que continua a se espalhar no oeste africano, não tem precedentes por sua amplitude. Ainda não há nenhuma vacina homologada contra a doença, e não há nenhum tratamento específico.

Em Serra Leoa, chegamos ao fim dos nossos recursos. Se abandonarmos o país, levaremos mais tempo" para acabar com a epidemia, disse à AFP um representante do ministério da Saúde do país, Samuel Kargbo, que participa em Genebra da reunião de dois dias convocada pela Organização Mundial da Saúde para discutir novas formas de combater o vírus.

De acordo com o último balanço da OMS publicado na quarta-feira, mais de 1.900 pessoas morreram de ebola de um total de 3.500 casos confirmados. Em seu balanço anterior de 26 de agosto, a organização evocaca 1.552 mortes em 3.069 casos.

Os países mais afetados são Libéria, Serra Leoa e Guiné. A Nigéria é afetada em menor escala e um primeiro caso foi identificado no Senegal, o de um guineense que havia cruzado a fronteira.

Port Harcourt em risco

Enquanto a epidemia avança, e que os estoques do soro ZMapp, difícil de produzir em grandes quantidades, estão se esgotando, a OMS indicou em 28 de agosto temer que mais de 20 mil pessoas sejam ameaçadas durante a atual epidemia, que segundo a organização deve durar de seis a nove meses.

"A situação é bastante alarmante. Nos países onde a epidemia começou, vimos que os sistemas de saúde (...) não têm capacidade de lidar de forma adequada com a epidemia. A resposta deve ser muito mais rigorosa", afirma a diretora do Instituto senegalês de Saúde e Desenvolvimento (Ised), Anta Tal-Dia, na reunião da OMS em Genebra.

Por sua vez, a OMS expressou seu temor de um desenvolvimento rápido do surto de ebola em Port Harcourt, principal cidade petrolífera no sul da Nigéria, onde duas pessoas morreram e um outro caso foi confirmado.

Segundo a OMS, cerca de setenta pessoas sob vigilância são consideradas de alto risco em Port Harcourt. Mais de 200 pessoas estão em quarentena.

Em 8 de agosto, a OMS declarou que o surto de ebola era uma "emergência de saúde pública de alcance global." Nesta quinta-feira, a União Africana anunciou que iria convocar uma reunião de emergência para definir estratégias em todo o continente.

ebola é transmitido por contato direto com sangue, fluidos ou tecidos de seres humanos ou animais infectados.

O vírus é bastante letal, com apenas 47% de chances de sobrevivência, segundo a OMS.

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