OMC teme perder função negociadora sem um acordo em Nairóbi
O diretor da OMC se mostrou esperançoso de que os países-membros possam superar suas diferenças e encorajou a buscarem um acordo "histórico" no Quênia
Da Redação
Publicado em 15 de dezembro de 2015 às 08h59.
Nairóbi - A presidente da reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio ( OMC ), Amina Mohammed, advertiu nesta terça-feira que o organismo pode perder sua "função negociadora" se não for capaz de chegar a um grande acordo durante a cúpula que acontece esta semana em Nairóbi .
"Se não encontrarmos um acordo, veremos uma mudança, porque os membros estarão dizendo coletivamente que a função negociadora da OMC está defasada", manifestou a também ministra de Relações Exteriores do Quênia em entrevista coletiva no começo da conferência.
O diretor da OMC, Roberto Azevêdo, se mostrou esperançoso de que os países-membros possam superar suas diferenças "aparentemente infranqueáveis" com a vontade negociadora, e encorajou a buscarem um acordo "histórico" no Quênia.
No primeiro evento da cúpula, tanto Azevêdo como Mohammed destacaram a importância da reunião de Nairóbi, a primeira realizada na África Subsaariana e que poderia marcar o final do processo de liberalização comercial da Rodada de Doha.
A presidente da conferência prevê que, no final da semana, o caráter da OMC pode experimentar uma mudança "fundamental".
"Se tivermos sucesso, mudará porque teremos uma organização revitalizada", enfatizou a ministra.
Se, pelo contrário, a organização não conseguir um grande acordo sobre o processo negociador que deveria liberalizar o comércio mundial e beneficiar milhões de pessoas nos países mais pobres, "precisaremos regulá-la e encontrar uma nova forma de negociar", advertiu.
Mohammed lembrou que a cúpula de dezembro de 2013 em Bali, que conseguiu desbloquear a Rodada de Doha, "demorou muito a acontecer".
"Temos que tomar uma decisão aqui em Nairóbi, porque o tempo corre para os países em desenvolvimento", alertou.
A presidente da conferência considerou que a cúpula "deve ser bem-sucedida para a África, para o desenvolvimento, para todos os membros e para a economia global".
Já Azevêdo reconheceu que os países perderam o hábito de negociar e de dar resposta aos seus problemas dentro do organismo, que demorou 18 anos para alcançar seu primeiro grande acordo vinculativo, o da cúpula de Bali.
"Acredito que se sairmos de Nairóbi com a confiança renovada e visão para o futuro, será um grande acordo", ressaltou o diretor da organização.
"Não só é preciso negociar os assuntos sobre a mesa, mas fazer com que o sistema responda melhor às necessidades de seus membros", especificou.
O diretor da OMC pediu "flexibilidade" aos países que participarão das negociações para que avancem em matéria de desenvolvimento, principalmente para as nações africanas, que representam apenas 2% do comércio mundial.
Azevêdo também anunciou um acordo de US$ 1 trilhão sobre bens ambientais.
A cúpula de Nairóbi reunirá, durante toda a semana, cerca de quatro mil delegados de 160 países-membros.
Nairóbi - A presidente da reunião ministerial da Organização Mundial do Comércio ( OMC ), Amina Mohammed, advertiu nesta terça-feira que o organismo pode perder sua "função negociadora" se não for capaz de chegar a um grande acordo durante a cúpula que acontece esta semana em Nairóbi .
"Se não encontrarmos um acordo, veremos uma mudança, porque os membros estarão dizendo coletivamente que a função negociadora da OMC está defasada", manifestou a também ministra de Relações Exteriores do Quênia em entrevista coletiva no começo da conferência.
O diretor da OMC, Roberto Azevêdo, se mostrou esperançoso de que os países-membros possam superar suas diferenças "aparentemente infranqueáveis" com a vontade negociadora, e encorajou a buscarem um acordo "histórico" no Quênia.
No primeiro evento da cúpula, tanto Azevêdo como Mohammed destacaram a importância da reunião de Nairóbi, a primeira realizada na África Subsaariana e que poderia marcar o final do processo de liberalização comercial da Rodada de Doha.
A presidente da conferência prevê que, no final da semana, o caráter da OMC pode experimentar uma mudança "fundamental".
"Se tivermos sucesso, mudará porque teremos uma organização revitalizada", enfatizou a ministra.
Se, pelo contrário, a organização não conseguir um grande acordo sobre o processo negociador que deveria liberalizar o comércio mundial e beneficiar milhões de pessoas nos países mais pobres, "precisaremos regulá-la e encontrar uma nova forma de negociar", advertiu.
Mohammed lembrou que a cúpula de dezembro de 2013 em Bali, que conseguiu desbloquear a Rodada de Doha, "demorou muito a acontecer".
"Temos que tomar uma decisão aqui em Nairóbi, porque o tempo corre para os países em desenvolvimento", alertou.
A presidente da conferência considerou que a cúpula "deve ser bem-sucedida para a África, para o desenvolvimento, para todos os membros e para a economia global".
Já Azevêdo reconheceu que os países perderam o hábito de negociar e de dar resposta aos seus problemas dentro do organismo, que demorou 18 anos para alcançar seu primeiro grande acordo vinculativo, o da cúpula de Bali.
"Acredito que se sairmos de Nairóbi com a confiança renovada e visão para o futuro, será um grande acordo", ressaltou o diretor da organização.
"Não só é preciso negociar os assuntos sobre a mesa, mas fazer com que o sistema responda melhor às necessidades de seus membros", especificou.
O diretor da OMC pediu "flexibilidade" aos países que participarão das negociações para que avancem em matéria de desenvolvimento, principalmente para as nações africanas, que representam apenas 2% do comércio mundial.
Azevêdo também anunciou um acordo de US$ 1 trilhão sobre bens ambientais.
A cúpula de Nairóbi reunirá, durante toda a semana, cerca de quatro mil delegados de 160 países-membros.