Ofensiva em Gaza alimenta ira de um mundo árabe mudado
As imagens de TV dos bombardeios israelenses e fotos de vítimas civis, inclusive quatro crianças mortas no domingo, alimentaram a raiva na região
Da Redação
Publicado em 19 de novembro de 2012 às 17h37.
Beirute - Os bombardeios israelenses à Faixa de Gaza causam fúria entre populações do Oriente Médio que tinham a esperança de uma posição mais dura dos seus governos contra Israel depois das revoltas da Primavera Árabe.
As imagens de TV dos bombardeios israelenses e fotos de vítimas civis, inclusive quatro crianças mortas no domingo, alimentaram a raiva na região.
Em seis dias de hostilidades, 100 palestinos morreram em Gaza, onde três israelenses perderam a vida devido a foguetes disparados do território da Palestina .
A violência ecoa a invasão de Israel a Gaza ocorrida há quatro anos. Desde então, porém, revoluções no norte da África levaram ao poder aliados islâmicos do grupo Hamas, que governa Gaza, alterando o mapa político e gerando expectativas de uma resposta árabe mais robusta.
"Em todo Estado árabe onde a nação está se erguendo para exigir seu direito, está exigindo também os direitos dos palestinos", escreveu o romancista egípcio Ahdaf Soueif no jornal Al Shorouk.
Mais de 500 ativistas egípcios entraram no domingo na Faixa de Gaza para demonstrar solidariedade com os palestinos, algo impensável durante o regime de Hosni Mubarak, que manteve a fronteira do Egito com Gaza fechada mesmo durante os mais sangrentos dias da ofensiva aérea e terrestre de Israel em 2008/09.
Mubarak foi deposto no ano passado, e seu sucessor Mohamed Mursi, cuja Irmandade Muçulmana tem fortes ligações com o Hamas, enviou na sexta-feira seu premiê a Gaza.
"Que nos mobilizemos e não fechemos nossos ouvidos e fechemos a passagem como costumava acontecer antes é algo bom", disse o engenheiro Islam Mahmoud, de 30 anos, no Cairo.
"Um confronto militar é muito difícil agora, mas há muitas coisas que os árabes podem fazer para pressionar países que têm interesses conosco para pedir aos Estados Unidos e a outros para conterem o selvagem ataque de Israel." Cientes da superioridade militar de Israel, poucos defendem uma resposta armada dos países árabes. Mas o grupo libanês Hezbollah propôs que as nações árabes elevem o preço do petróleo como forma de pressionar Israel.
Um influente clérigo saudita disse que o Cairo deveria enviar armas para o Hamas em Gaza.
"Pedimos ao governo egípcio que abra suas fronteiras para que toda a gente entre e saia de Gaza, junto com produtos, remédios e armas avançadas", escreveu o clérigo Awad al Qarni aos seus mais de 273 mil seguidores no Twitter.
Palestinos fizeram um protesto na Cisjordânia, território administrado pela facção Fatah, rival do Hamas. Os manifestantes exigiram que as Brigadas Izz el Deen al-Qassam, braço armado do Hamas, promova a vingança. "Al Qassam, ataque Tel Aviv", gritava a multidão. "O Hamas vai chacoalhar o chão." (Reportagem adicional de Tamim Elyan e Tom Perry, no Cairo; de Ali Shuaib e Marie-Louise Gumuchian, em Trípoli; de Regan Doherty, em Doha; de Laila Bassam, em Beirute; de Suleiman al-Khalidi, em Amã; de Mahmoud Habboush, em Dubai; e de Ece Toksabay, em Istambul)
Beirute - Os bombardeios israelenses à Faixa de Gaza causam fúria entre populações do Oriente Médio que tinham a esperança de uma posição mais dura dos seus governos contra Israel depois das revoltas da Primavera Árabe.
As imagens de TV dos bombardeios israelenses e fotos de vítimas civis, inclusive quatro crianças mortas no domingo, alimentaram a raiva na região.
Em seis dias de hostilidades, 100 palestinos morreram em Gaza, onde três israelenses perderam a vida devido a foguetes disparados do território da Palestina .
A violência ecoa a invasão de Israel a Gaza ocorrida há quatro anos. Desde então, porém, revoluções no norte da África levaram ao poder aliados islâmicos do grupo Hamas, que governa Gaza, alterando o mapa político e gerando expectativas de uma resposta árabe mais robusta.
"Em todo Estado árabe onde a nação está se erguendo para exigir seu direito, está exigindo também os direitos dos palestinos", escreveu o romancista egípcio Ahdaf Soueif no jornal Al Shorouk.
Mais de 500 ativistas egípcios entraram no domingo na Faixa de Gaza para demonstrar solidariedade com os palestinos, algo impensável durante o regime de Hosni Mubarak, que manteve a fronteira do Egito com Gaza fechada mesmo durante os mais sangrentos dias da ofensiva aérea e terrestre de Israel em 2008/09.
Mubarak foi deposto no ano passado, e seu sucessor Mohamed Mursi, cuja Irmandade Muçulmana tem fortes ligações com o Hamas, enviou na sexta-feira seu premiê a Gaza.
"Que nos mobilizemos e não fechemos nossos ouvidos e fechemos a passagem como costumava acontecer antes é algo bom", disse o engenheiro Islam Mahmoud, de 30 anos, no Cairo.
"Um confronto militar é muito difícil agora, mas há muitas coisas que os árabes podem fazer para pressionar países que têm interesses conosco para pedir aos Estados Unidos e a outros para conterem o selvagem ataque de Israel." Cientes da superioridade militar de Israel, poucos defendem uma resposta armada dos países árabes. Mas o grupo libanês Hezbollah propôs que as nações árabes elevem o preço do petróleo como forma de pressionar Israel.
Um influente clérigo saudita disse que o Cairo deveria enviar armas para o Hamas em Gaza.
"Pedimos ao governo egípcio que abra suas fronteiras para que toda a gente entre e saia de Gaza, junto com produtos, remédios e armas avançadas", escreveu o clérigo Awad al Qarni aos seus mais de 273 mil seguidores no Twitter.
Palestinos fizeram um protesto na Cisjordânia, território administrado pela facção Fatah, rival do Hamas. Os manifestantes exigiram que as Brigadas Izz el Deen al-Qassam, braço armado do Hamas, promova a vingança. "Al Qassam, ataque Tel Aviv", gritava a multidão. "O Hamas vai chacoalhar o chão." (Reportagem adicional de Tamim Elyan e Tom Perry, no Cairo; de Ali Shuaib e Marie-Louise Gumuchian, em Trípoli; de Regan Doherty, em Doha; de Laila Bassam, em Beirute; de Suleiman al-Khalidi, em Amã; de Mahmoud Habboush, em Dubai; e de Ece Toksabay, em Istambul)