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OEA diz que insistirá em observar eleições na Venezuela

Entidade continuará insistindo em ser observadora das eleições legislativas que acontecerão 6 de dezembro no país


	O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou a proposta da OEA de participar como observadora deste pleito
 (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou a proposta da OEA de participar como observadora deste pleito (REUTERS/Carlos Garcia Rawlins)

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Da Redação

Publicado em 24 de agosto de 2015 às 16h29.

Bogotá - O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, disse que a entidade seguirá insistindo em ser observadora das eleições legislativas de 6 de dezembro na Venezuela, ao apontar a importância de um fiador devido à desconfiança entre o governo e a oposição.

"Seria importante para todos os venezuelanos que uma organização como a OEA garantisse de uma maneira fidedigna o resultado e que evitasse qualquer conflito posterior", manifestou Almagro em uma entrevista à revista colombiana "Semana".

O ex-chanceler uruguaio considerou que "os níveis de desconfiança, que são públicos, entre governo e oposição, fazem necessário um fiador reconhecido para esse processo".

"Como em qualquer eleição em nossos países é um ponto de inflexão, o processo tem que ser o mais transparente e o mais legítimo", acrescentou.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, rejeitou a proposta da OEA de participar como observadora deste pleito.

A Venezuela "não é monitorada e nem será monitorada por ninguém. Não aceitaremos jamais, por ninguém", afirmou Maduro.

Almagro ratificou, no entanto, que a organização continuará insistindo nesta possibilidade.

"Acreditamos na importância de nossa participação e queremos que a próxima eleição na Venezuela não tenha as características pós-eleitorais que tiveram as duas últimas, nas quais muitos venezuelanos de ambas as partes morreram", declarou.

Frente aos problemas da região, como o fim da bonança econômica, desacordos, conflitos e novas entidades integracionistas, Almagro disse que o papel da OEA "é fundamentalmente político".

"A OEA tem que zelar pelo fortalecimento da democracia e plena vigência dos direitos humanos, apontar as melhores condições de diálogo dentro dos sistemas políticos e combater a corrupção", sustentou.

E sobre o porquê a OEA não aplica a Carta Democrática, o funcionário esclareceu que esse organismo só pode atuar a convite.

"Infelizmente a Carta Democrática não dá instrumentos ao secretário-geral para que ande por aí se metendo na defesa da democracia, os países foram muito ciumentos em fechar-se em si mesmos na hora de aprovar esta Carta e a Secretaria-Geral só atua a convite", ressaltou.

Por outro lado, Almagro considerou "mal-intencionado" e "sem fundamento" o "discurso de que a OEA é irrelevante".

"Quando a OEA dá uma opinião política, tem um peso hemisférico muito forte, mais do que o de muitas outras organizações", especificou.

O secretário-geral da OEA realiza uma visita oficial na Colômbia, onde se reunirá com o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e com sua chanceler, María Ángela Holguín, a quem expressará o respaldo do organismo continental ao processo de paz. 

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