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Ocidente pede ao Irã que aborde temores de bomba nuclear

Potência ocidentais disseram que o país precisa cooperar mais com uma investigação da ONU sobre uma suposta pesquisa sobre bomba atômica

Parada militar do Irã exibe míssil com a foto do aiatolá Ali Khamenei ao fundo (Majid Saeedi/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 18 de setembro de 2014 às 17h09.

Viena - As potências ocidentais disseram ao Irã nesta quinta-feira que o país precisa cooperar mais com uma investigação da Organização das Nações Unidas ( ONU ) sobre uma suposta pesquisa sobre bomba atômica se quiser um acordo nuclear mais favorável que suavizaria as sanções que o prejudicam.

O alerta foi comunicado em uma reunião da diretoria da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena, enquanto os principais negociadores iranianos e seis potências globais se preparam para retomar as conversas em Nova York após um hiato de dois meses.

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O enviado de Teerã, Reza Najafi, descartou as acusações sobre as atividades atômicas de seu país como “meras alegações... sem qualquer fundamento”, mas também afirmou que uma nova reunião com a AIEA para discutir o tema deve ser realizada em breve.

Um impasse no inquérito da AIEA pode complicar ainda mais os esforços paralelos das potências para obter um acordo com o Irã sobre a contenção de seu programa nuclear, em troca de uma suspensão gradual das medidas financeiras e de outros tipos que afetam sua economia.

Os Estados Unidos e a União Europeia declararam estar preocupados com o pouco avanço até o momento na já longa investigação da agência da ONU sobre as suspeitas de que Teerã trabalhou no desenvolvimento de uma arma nuclear.

O Irã nega a acusação e diz que é o suposto arsenal atômico de Israel que ameaça a paz no Oriente Médio.

Um relatório da AIEA do início de setembro mostrou que os iranianos não responderam as perguntas sobre o que a agência classifica como possíveis dimensões militares do programa nuclear do país até o prazo final de 25 de agosto.

Em um comunicado à cúpula da AIEA, a UE disse estar decepcionada com o “progresso muito limitado” do inquérito.

“A UE ressalta que resolver todos os temas em pauta (entre o Irã e a AIEA) será essencial para se obter um acordo negociado abrangente e de longo prazo”, afirma a declaração.

Trata-se de uma referência ao empenho de EUA, Rússia, China, Grã-Bretanha, França e Alemanha para negociar uma resolução para a longa desavença com a República Islâmica, que se arrasta há uma década, a respeito de seu programa nuclear.

O Irã tem prometido cooperar com a AIEA desde que Hassan Rouhani, visto como um pragmático, foi eleito presidente no ano passado com o compromisso de pôr fim ao isolamento internacional de Teerã, que insiste que suas atividades nucleares só têm finalidades civis.

Mas o Irã não abordou dois assuntos cruciais até o final de agosto, como acordado com a AIEA: os supostos experimentos com explosivos que poderiam ser usados em um artefato atômico e os estudos relacionados ao cálculo da dimensão das explosões nucleares.

Os itens são parte de um relatório de destaque publicado pela agência em 2011 com informações de inteligência indicando que o Irã teve um programa de pesquisa de armas nucleares, mas que o interrompeu em 2003, quando passou a sofrer uma pressão internacional crescente.

O relatório sugeriu que algumas atividades podem ter sido retomadas mais tarde, e identificou 12 áreas específicas que disse necessitarem de esclarecimento. O Irã afirma que as alegações não têm fundamento, e ao mesmo tempo promete lidar com os temores ocidentais.

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