Ocidente estuda ataque à Síria que pode levar a confronto com a Rússia
Ministros britânicos planejavam se reunir nesta quinta-feira para debater se somam forças aos EUA e à França em um possível ataque militar
Reuters
Publicado em 12 de abril de 2018 às 09h29.
Londres/Moscou - Ministros britânicos planejavam se reunir nesta quinta-feira para debater se somam forças aos Estados Unidos e à França em um possível ataque militar contra a Síria que ameaça levar forças ocidentais e russas a um confronto direto.
A primeira-ministra do Reino Unido , Theresa May, convocou seus ministros no feriado da Páscoa para uma reunião especial do gabinete para avaliar como reagir ao que retratou como um ataque bárbaro com gás venenoso de forças do governo sírio contra civis em Douma, cidade localizada ao leste da capital Damasco antes dominada por rebeldes.
Mas surgiram sinais de um empenho global para evitar um conflito perigoso que oporia a Rússia ao Ocidente. O Kremlin disse que uma linha de comunicações de crise com os EUA, criada para evitar um choque acidental relacionado à Síria, está sendo usada.
"A situação na Síria é horrível, o uso de armas químicas é algo que o mundo tem que impedir", disse David Davis, ministro encarregado da desfiliação britânica da União Europeia, na manhã desta quinta-feira.
"Mas também é uma circunstância muito, muito delicada, e temos que fazer este julgamento com uma base muito cuidadosa, muito deliberada e muito bem pensada".
A Rússia, a aliada mais importante do governo sírio em sua guerra de sete anos contra os rebeldes, disse ter mobilizado a polícia militar em Douma nesta quinta-feira depois de a localidade ser tomada por forças governamentais.
"Eles são os fiadores da lei e da ordem na cidade", disse o Ministério da Defesa russo, segundo citação da agência de notícias RIA.
Na quarta-feira o presidente norte-americano, Donald Trump, alertou a Rússia que mísseis "estão a caminho" em resposta ao ataque com gás de 7 de abril, que supostamente matou dezenas de pessoas, e criticou duramente Moscou por estar ao lado do presidente sírio, Bashar al-Assad.
Os militares sírios reposicionaram parte de seu poderio aéreo para evitar danos colaterais de possíveis ataques com mísseis, disseram autoridades dos EUA à Reuters ainda na quarta-feira.
O esforço sírio para abrigar suas aeronaves, possivelmente colocando-as ao lado de equipamentos militares russos que Washington talvez relute em atingir, pode limitar os estragos que os EUA e seus aliados poderiam infligir aos militares de Assad.
O Observatório Sírio para Direitos Humanos, um grupo de monitoramento da guerra radicado no Reino Unido, relatou que forças pró-Damasco estavam esvaziando grandes aeroportos e bases aéreas militares.