Obama sai de férias em meio às pressões financeiras
Sua viagem, a terceira que faz desde que assumiu a Presidência em janeiro de 2009, suscitou um amplo debate por ocorrer em um "momento inoportuno", segundo a oposição
Da Redação
Publicado em 18 de agosto de 2011 às 21h25.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sai de férias nesta quinta-feira e viaja para Martha's Vineyard, um luxuoso enclave do estado americano de Massachusetts, apesar das críticas dos políticos republicanos, que acusam o líder de ficar ausente num momento de preocupação nacional sobre a crise econômica.
Obama - que antes de partir emitiu um comunicado no qual exigia pela primeira vez a queda do presidente sírio, Bashar al Assad, e anunciava novas sanções contra o regime de Damasco - inicia suas férias num momento em que seu nível de aprovação nas pesquisas de opinião não chega a 40% e as previsões econômicas alertam para a possibilidade de uma nova recessão.
Em declarações dadas nesta quinta-feira à emissora televisiva "CBS", o líder descartou que os Estados Unidos estejam ameaçados por uma nova recessão, mas destacou: "Sim, corremos o risco de não termos uma recuperação rápida o suficiente para responder a uma crise genuína de desemprego".
Obama desconversou sobre sua decisão de tirar férias neste momento ao ironizar os líderes do Congresso. Para o presidente, nem eles deveriam retornar a Washington "se a única coisa" que fazem é "politicagem".
Sua viagem, a terceira que faz desde que assumiu a Presidência em janeiro de 2009, suscitou um amplo debate justamente porque, segundo a oposição, ocorre em um momento inoportuno: a taxa de desemprego fica em 9,1%, há volatilidade nos mercados e persistem os efeitos da recente rebaixamento da nota da dívida soberana dos Estados Unidos.
Uma pesquisa da empresa Gallup divulgada nesta quinta-feira assinala que apenas 11% dos americanos está satisfeito com os rumos atuais do país, porcentagem mais baixa desde dezembro de 2008, e só 26% aprovam a gestão econômica de Obama.
A Casa Branca enfatiza que a família presidencial tem direito a descanso, mas existe um problema de percepção: Obama se hospedará em um luxuoso complexo em Martha's Vineyard, um dos destinos turísticos mais exclusivos dos ricos e famosos dos Estados Unidos.
A família Obama se hospedará em uma mansão avaliada em US$ 20 milhões e que conta com um terreno de 11,34 hectares.
Os republicanos já tinham criticado a caravana que o presidente fez entre segunda e quarta-feira pelos estados de Minnesota, Iowa e Illinois. Para os opositores, a viagem de Obama feita nos últimos dias, em ônibus, como um ato eleitoral carente de substância e agora encontraram uma nova linha de ataque.
Esta viagem "é um exemplo perfeito de um presidente desconectado" da realidade, já que está há "939 dias como presidente e a única coisa que temos são discursos, mas nenhum plano" para reativar a economia, queixou-se o Comitê Nacional Republicano (RNC, na sigla em inglês).
Nesta manhã, o RNC divulgou pela internet 18 "cartões-postais" que satirizam a "boa-vida" de Obama, enquanto o resto da população sofre "com as consequências de suas fracassadas políticas econômicas".
Os postais, intitulados "Obama Getaway" (As férias de Obama), mostram Obama em roupas casuais, tomando sorvete, jogando golfe e praticando outros esportes. Dois deles mostram o presidente sem camisa em uma praia.
Obama não é o primeiro presidente a ser criticado por tirar férias em meio a uma crise. Seu antecessor, o republicano George W. Bush, foi constantemente criticado por passar cerca de 500 dias em seu rancho em Crawford (Texas) durante seus oito anos no poder.
Lá estava Bush quando recebeu um relatório da CIA (agência de inteligência americana) que acusava a rede terrorista Al Qaeda de planejar ataques contra os Estados Unidos, que ocorreram um mês depois.
Além disso, Bush sofreu forte queda de popularidade em 2005 após a passagem do furacão "Katrina" pois, durante a devastação de Nova Orleans (Louisiana) e do resto da região do Golfo do México, o então líder não cancelou suas férias.
De qualquer maneira, Obama aproveitará sua estada na ilha para elaborar o discurso que apresentará no mês que vem sobre um plano para a criação de empregos e a redução do déficit público, dois assuntos que dominarão a disputa presidencial de 2012.
Diante da sequência de más notícias deste mês e o que o espera em seu retorno - com um Congresso mais dividido do que nunca sobre a política fiscal -, um descanso fora de Washington talvez seja mesmo o mais aconselhável para Obama.
Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sai de férias nesta quinta-feira e viaja para Martha's Vineyard, um luxuoso enclave do estado americano de Massachusetts, apesar das críticas dos políticos republicanos, que acusam o líder de ficar ausente num momento de preocupação nacional sobre a crise econômica.
Obama - que antes de partir emitiu um comunicado no qual exigia pela primeira vez a queda do presidente sírio, Bashar al Assad, e anunciava novas sanções contra o regime de Damasco - inicia suas férias num momento em que seu nível de aprovação nas pesquisas de opinião não chega a 40% e as previsões econômicas alertam para a possibilidade de uma nova recessão.
Em declarações dadas nesta quinta-feira à emissora televisiva "CBS", o líder descartou que os Estados Unidos estejam ameaçados por uma nova recessão, mas destacou: "Sim, corremos o risco de não termos uma recuperação rápida o suficiente para responder a uma crise genuína de desemprego".
Obama desconversou sobre sua decisão de tirar férias neste momento ao ironizar os líderes do Congresso. Para o presidente, nem eles deveriam retornar a Washington "se a única coisa" que fazem é "politicagem".
Sua viagem, a terceira que faz desde que assumiu a Presidência em janeiro de 2009, suscitou um amplo debate justamente porque, segundo a oposição, ocorre em um momento inoportuno: a taxa de desemprego fica em 9,1%, há volatilidade nos mercados e persistem os efeitos da recente rebaixamento da nota da dívida soberana dos Estados Unidos.
Uma pesquisa da empresa Gallup divulgada nesta quinta-feira assinala que apenas 11% dos americanos está satisfeito com os rumos atuais do país, porcentagem mais baixa desde dezembro de 2008, e só 26% aprovam a gestão econômica de Obama.
A Casa Branca enfatiza que a família presidencial tem direito a descanso, mas existe um problema de percepção: Obama se hospedará em um luxuoso complexo em Martha's Vineyard, um dos destinos turísticos mais exclusivos dos ricos e famosos dos Estados Unidos.
A família Obama se hospedará em uma mansão avaliada em US$ 20 milhões e que conta com um terreno de 11,34 hectares.
Os republicanos já tinham criticado a caravana que o presidente fez entre segunda e quarta-feira pelos estados de Minnesota, Iowa e Illinois. Para os opositores, a viagem de Obama feita nos últimos dias, em ônibus, como um ato eleitoral carente de substância e agora encontraram uma nova linha de ataque.
Esta viagem "é um exemplo perfeito de um presidente desconectado" da realidade, já que está há "939 dias como presidente e a única coisa que temos são discursos, mas nenhum plano" para reativar a economia, queixou-se o Comitê Nacional Republicano (RNC, na sigla em inglês).
Nesta manhã, o RNC divulgou pela internet 18 "cartões-postais" que satirizam a "boa-vida" de Obama, enquanto o resto da população sofre "com as consequências de suas fracassadas políticas econômicas".
Os postais, intitulados "Obama Getaway" (As férias de Obama), mostram Obama em roupas casuais, tomando sorvete, jogando golfe e praticando outros esportes. Dois deles mostram o presidente sem camisa em uma praia.
Obama não é o primeiro presidente a ser criticado por tirar férias em meio a uma crise. Seu antecessor, o republicano George W. Bush, foi constantemente criticado por passar cerca de 500 dias em seu rancho em Crawford (Texas) durante seus oito anos no poder.
Lá estava Bush quando recebeu um relatório da CIA (agência de inteligência americana) que acusava a rede terrorista Al Qaeda de planejar ataques contra os Estados Unidos, que ocorreram um mês depois.
Além disso, Bush sofreu forte queda de popularidade em 2005 após a passagem do furacão "Katrina" pois, durante a devastação de Nova Orleans (Louisiana) e do resto da região do Golfo do México, o então líder não cancelou suas férias.
De qualquer maneira, Obama aproveitará sua estada na ilha para elaborar o discurso que apresentará no mês que vem sobre um plano para a criação de empregos e a redução do déficit público, dois assuntos que dominarão a disputa presidencial de 2012.
Diante da sequência de más notícias deste mês e o que o espera em seu retorno - com um Congresso mais dividido do que nunca sobre a política fiscal -, um descanso fora de Washington talvez seja mesmo o mais aconselhável para Obama.