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Obama recorre a tom pessoal em busca de votos para Hillary

O presidente democrata percorre os Estados Unidos em tempo integral para ajudar Hillary a conquistar estados cruciais

Barack Obama e Hillary Cinton: a intensidade do envolvimento de Obama não tem precedentes na história recente (Jim Young / Reuters)

Barack Obama e Hillary Cinton: a intensidade do envolvimento de Obama não tem precedentes na história recente (Jim Young / Reuters)

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AFP

Publicado em 2 de novembro de 2016 às 17h13.

Como transferir a própria popularidade a outra pessoa? Enquanto Barack Obama intensifica seus esforços para que Hillary Clinton seja sua sucessora na Casa Branca, seu argumento se resume cada vez mais a uma simples mensagem: Façam isso por mim.

Com uma taxa de aprovação alta para um líder no final do mandato - 54%, segundo a última pesquisa do Gallup - o presidente democrata percorre os Estados Unidos em tempo integral para ajudar Hillary a conquistar estados cruciais na reta final da campanha para as eleições de 8 de novembro.

Nesta semana, Obama se dedicará quase exclusivamente a caçar votos para a sua ex-secretária de Estado, em uma maratona que começou na terça-feira em Columbus (Ohio). Nesta quarta-feira, o presidente estará em Raleigh (Carolina do Norte), na quinta-feira em Miami e Jacksonville (Flórida) e na sexta-feira em Charlotte (Carolina do Norte).

Seu discurso bem ensaiado começa com uma avalanche de elogios a Hillary, resumida assim: "Nunca houve um homem ou uma mulher - nem eu, nem o Bill, nem ninguém - mais qualificado do que Hillary Clinton para servir como presidente dos Estados Unidos da América".

O repertório inclui também um arsenal de ataques ao rival Donald Trump: "O candidato republicano não está apto para servir como presidente".

Obama também conduz regularmente a conversa para um território mais pessoal, ligando o futuro político de Hillary ao seu próprio legado.

"Eu peço a vocês que façam por Hillary Clinton o que fizeram por mim", disse aos seus apoiadores no final de julho durante seu discurso na convenção do partido Democrata na Filadélfia.

Algumas semanas mais tarde, o primeiro presidente negro dos Estados Unidos foi mais longe, exortando os afro-americanos a se mobilizarem por Hillary.

"Depois de uma participação histórica em 2008 e 2012, particularmente no seio da comunidade negra, eu consideraria um insulto pessoal, um insulto ao meu legado, se esta comunidade baixa a guarda e não se mobiliza para esta eleição", advertiu Obama em um jantar com legisladores negros.

- "Como há oito anos" -

Para Julian Zelizer, professor de Ciência Política da Universidade de Princenton, Obama "é consciente, como a equipe de campanha (de Hillary), de que a candidata democrata não suscita um entusiasmo transbordante".

"Ele procura mobilizar a coalizão que o levou ao poder em 2008", acrescentou.

Hillary, que espera ser a primeira mulher a chegar à Casa Branca na história do país, sabe que uma vitória eleitoral passa por uma forte mobilização a seu favor por parte das mulheres, jovens, negros e hispânicos.

Por isso, Obama insiste em bater na tecla de que a comunidade negra deve participar da eleição.

Em um programa de rádio nesta quarta-feira, o presidente citou dados dos estados que votaram antecipadamente. "Vou ser honesto com vocês. O voto latino é elevado. Os votos em geral são elevados. Mas o voto negro, neste momento, não é tão sólido quanto deveria".

Não é incomum que um presidente participe na campanha para a sua sucessão, mas a intensidade do envolvimento de Obama não tem precedentes na história recente.

"(Dwight) Eisenhower insistiu na continuidade que Richard Nixon representava em 1960 e (Ronald) Reagan fez a mesma coisa com (George H.W.) Bush em 1988, mas nenhum presidente foi tão pessoal no seu apelo antes", disse Larry Sabato, da Universidade de Virginia.

Na noite de terça-feira, quando ele se dirigiu a uma multidão jovem na Capital University, em Columbus, Obama pediu ao eleitorado que o levou ao poder para "trabalhar tão duro por ela quanto trabalharam" por ele.

"Ela me fez um presidente melhor e ela não pediu para levar o crédito por isso", disse o presidente com as mangas da camisa arregaçadas em relação aos quatro anos em que Hillary esteve à frente da diplomacia americana.

"Estou pedindo a vocês simplesmente o que lhes pedi há oito anos. Peço que acreditem na sua capacidade de provocar mudanças", disse Obama para a multidão entusiasmada, concluindo o discurso com um eco da sua campanha de 2008: "Escolham a esperança"!

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