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Obama pede ação do Congresso em plano de controle de armas

"Não podemos adiar mais as medidas para controlar a circulação de armas", disse Obama em um discurso na Casa Branca

Presidente dos estados Unidos, Barack Obama, assina plano para diminuir violência com armas (©afp.com / Mandel Ngan)

Presidente dos estados Unidos, Barack Obama, assina plano para diminuir violência com armas (©afp.com / Mandel Ngan)

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Da Redação

Publicado em 17 de janeiro de 2013 às 07h15.

Washington - O presidente americano, Barack Obama, apresentou nesta quarta-feira seu plano contra as armas de fogo, firmando 23 decretos para reforçar o controle sobre a venda de armamento e pedindo ao Congresso que proíba a compra de fuzis de assalto, em resposta ao massacre de Newton, no qual morreram 20 crianças e seis adultos.

"Não podemos adiar mais" as medidas para controlar a circulação de armas, disse Obama em um discurso na Casa Branca, perante as famílias das vítimas do massacre na escola fundamental Sandy Hook e de crianças que lhe escreveram após esta tragédia.

"O Congresso deve agir. O Congresso deve agir rápido", afirmou Obama, comprometendo-se a usar todo o peso de seu cargo para aprovar novas medidas de controle de armas, incluindo a proibição de fuzis de assalto e de carregadores de alta capacidade, e penas mais severas para traficantes de armamentos.

"Estas são nossas crianças", enfatizou ao destacar a necessidade de protegê-las.

"Deveríamos estar pensando em nossa responsabilidade de cuidar delas e de protegê-las de danos", disse. "Esta é a primeira tarefa como sociedade: nos assegurar de que nossas crianças estejam a salvo".

Obama, que visitou a cidade de Newtown logo após a tragédia, revelou que colocou em seu gabinete um desenho de uma das vítimas, que recebeu de seus pais, o que o faz lembrar diariamente que precisa agir.

O presidente assinou 23 medidas para controlar e limitar a venda de armas de fogo nos Estados Unidos, observando o relatório elaborado em menos de um mês pelo vice-presidente, Joe Biden.

Os decretos reforçam as medidas de verificação dos antecedentes dos compradores de armas e determinam que os órgãos públicos analisem novas formas de impedir que pessoas "perigosas" tenham acesso a armas de fogo.

Atualmente, 40% das armas de fogo vendidas nos Estados Unidos são negociadas entre particulares ou em feiras do setor sem qualquer controle, destacou Obama.


Os Estados Unidos tem cerca de 300 mihões de armas de fogo com a população, o que dá quase uma arma por habitante.

O presidente voltou a negar que esteja atacando a Segunda Emenda constitucional - sobre o direito à posse de armas - e recordou que qualquer direito implica em responsabilidades, salientando que as vítimas de disparos são privadas de seus direitos fundamentais, também protegidos pela Constituição.

O principal lobby das armas de fogo nos Estados Unidos, a Associação Nacional do Rifle (NRA), reagiu afirmando que as propostas de Obama para combater a violência "atacando as armas de fogo e ignorando as crianças não são a solução".

"Apenas os proprietários de armas honestos e cumpridores da lei serão afetados e nossos filhos seguirão vulneráveis a mais uma tragédia", destacou a NRA (sigla em inglês) em um comunicado.

"Manter a segurança de nossas crianças e de nossa sociedade é a principal prioridade. A NRA continuará concentrada na segurança de nossas crianças e das nossas escolas, mas corrigindo o mal preparado sistema de saúde mental e castigando os criminosos violentos com todo o peso da lei".

"Buscaremos trabalhar com o Congresso sobre uma base bipartidária em busca de soluções reais para proteger o bem mais valioso dos Estados Unidos: nossas crianças".

No lugar de restringir o acesso das pessoas às armas de fogo, a NRA propôs um vigilante armado em cada escola do país.

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