Obama pede a Mianmar que acelere reformas democráticas
"A mudança é difícil, e os avanços nem sempre ocorrem de forma linear (...) apesar disso, sou otimista", afirmou o presidente americano
Da Redação
Publicado em 13 de novembro de 2014 às 20h06.
O presidente americano, Barack Obama , que visita Mianmar nesta quinta-feira, pediu a seu colega birmanês, Thein Sein, para acelerar as reformas democráticas iniciadas há quatro anos, depois de quase meio século de governo militar.
"O processo não terminou", disse Obama em Naypyidaw, capital administrativa birmanesa, após se encontrar com o chefe de Estado, um general reformado, em alusão a problemas como a violência sofrida pela minoria muçulmana dos rohingyas, ou o marco das eleições legislativas, previstas para o fim de 2015.
"A mudança é difícil, e os avanços nem sempre ocorrem de forma linear (...) apesar disso, sou otimista", afirmou Obama, na véspera de um encontro previsto em Yangun com a opositora birmanesa e prêmio Nobel da Paz San Suu Kyi.
Thein Sein avaliou a conversa com o presidente americano como "franca" e pediu tempo para realizar reformas que considera difíceis.
Obama chegou a Mianmar no âmbito da cúpula da Associação de Países do Sudeste Asiático (Asean), celebrada em Naypyidaw.
As reformas democráticas começaram em 2011, quando Sein chegou ao poder, com um governo formado quase que exclusivamente por civis. Na ocasião, os países ocidentais suspenderam a maioria das sanções. Já o governo de Mianmar libertou os presos políticos e suspendeu parte da censura aos meios de comunicação, medidas essas que favoreceram a chegada de novos investidores.
Nos últimos meses, porém, a ONU e as associações de defesa dos direitos humanos denunciaram novas perseguições a opositores e jornalistas, assim como a política de repressão aos rohingya, uma minoria muçulmana do oeste do país.
"Uma das minhas principais mensagens durante esta visita é que o governo de Mianmar tem a responsabilidade de assegurar a segurança e o bem-estar de todas as pessoas no país", disse Obama.
Cerca de 140 mil rohingyas vivem confinados em campos de refugiados no estado de Rakhine, no leste, depois de confrontos religiosos na região, há dois anos, que deixaram vários mortos entre os membros dessa minoria.
Reunião com Aung San Suu Kyi
Aung San Suu Kyi, com quem Obama vai se encontrar na sexta-feira, denunciou há alguns dias o "excesso de otimismo" sobre os avanços democráticos, antes das eleições gerais previstas para o ano que vem.
Embora seu partido esteja subindo nas pesquisas, a opositora está fazendo campanha para mudar a Constituição, aprovada nos anos da junta militar, que a impede de se apresentar ao pleito. O texto também reserva um quarto das cadeiras a militares que não foram eleitos nas urnas.
A reforma começou a ser discutida nesta quinta-feira no Parlamento.
As acusações sobre os abusos contra os direitos humanos ofuscaram a cúpula que reuniu, na quarta-feira, na capital birmanesa, os líderes da Asean.
Obama está em viagem oficial à Ásia, iniciada em Pequim, onde participou da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), e prosseguirá na Austrália, com a cúpula do G20.
O presidente americano, Barack Obama , que visita Mianmar nesta quinta-feira, pediu a seu colega birmanês, Thein Sein, para acelerar as reformas democráticas iniciadas há quatro anos, depois de quase meio século de governo militar.
"O processo não terminou", disse Obama em Naypyidaw, capital administrativa birmanesa, após se encontrar com o chefe de Estado, um general reformado, em alusão a problemas como a violência sofrida pela minoria muçulmana dos rohingyas, ou o marco das eleições legislativas, previstas para o fim de 2015.
"A mudança é difícil, e os avanços nem sempre ocorrem de forma linear (...) apesar disso, sou otimista", afirmou Obama, na véspera de um encontro previsto em Yangun com a opositora birmanesa e prêmio Nobel da Paz San Suu Kyi.
Thein Sein avaliou a conversa com o presidente americano como "franca" e pediu tempo para realizar reformas que considera difíceis.
Obama chegou a Mianmar no âmbito da cúpula da Associação de Países do Sudeste Asiático (Asean), celebrada em Naypyidaw.
As reformas democráticas começaram em 2011, quando Sein chegou ao poder, com um governo formado quase que exclusivamente por civis. Na ocasião, os países ocidentais suspenderam a maioria das sanções. Já o governo de Mianmar libertou os presos políticos e suspendeu parte da censura aos meios de comunicação, medidas essas que favoreceram a chegada de novos investidores.
Nos últimos meses, porém, a ONU e as associações de defesa dos direitos humanos denunciaram novas perseguições a opositores e jornalistas, assim como a política de repressão aos rohingya, uma minoria muçulmana do oeste do país.
"Uma das minhas principais mensagens durante esta visita é que o governo de Mianmar tem a responsabilidade de assegurar a segurança e o bem-estar de todas as pessoas no país", disse Obama.
Cerca de 140 mil rohingyas vivem confinados em campos de refugiados no estado de Rakhine, no leste, depois de confrontos religiosos na região, há dois anos, que deixaram vários mortos entre os membros dessa minoria.
Reunião com Aung San Suu Kyi
Aung San Suu Kyi, com quem Obama vai se encontrar na sexta-feira, denunciou há alguns dias o "excesso de otimismo" sobre os avanços democráticos, antes das eleições gerais previstas para o ano que vem.
Embora seu partido esteja subindo nas pesquisas, a opositora está fazendo campanha para mudar a Constituição, aprovada nos anos da junta militar, que a impede de se apresentar ao pleito. O texto também reserva um quarto das cadeiras a militares que não foram eleitos nas urnas.
A reforma começou a ser discutida nesta quinta-feira no Parlamento.
As acusações sobre os abusos contra os direitos humanos ofuscaram a cúpula que reuniu, na quarta-feira, na capital birmanesa, os líderes da Asean.
Obama está em viagem oficial à Ásia, iniciada em Pequim, onde participou da cúpula do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), e prosseguirá na Austrália, com a cúpula do G20.