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Obama não lamenta ter traçado "linha vermelha" em conflito sírio

Obama fez o comentário em 2012 em alusão a uma possível ação militar americana na Síria

Barack Obama: críticos afirmam que a decisão humilhou a Casa Branca (Carlos Barria/Reuters)

Barack Obama: críticos afirmam que a decisão humilhou a Casa Branca (Carlos Barria/Reuters)

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AFP

Publicado em 16 de janeiro de 2017 às 08h58.

O presidente em fim de mandato americano, Barack Obama, disse não lamentar seu discurso no qual traçou uma "linha vermelha" ante o uso na Síria de armas químicas, uma frase que, segundo seus críticos, simboliza o fracasso dos Estados Unidos no conflito deste país.

Obama fez o comentário em 2012 em alusão a uma possível ação militar americana na Síria, ao indicar que "para nós, a linha vermelha é quando começamos a ver que há uma quantidade de armas químicas circulando ou que as mesmas começam a ser utilizadas".

"Não lamento nem um pouco ter dito isso se eu visse que (o presidente sírio) Bashar al-Assad usava armas químicas contra seu povo, algo que mudaria minhas avaliações nos termos do que íamos ou não íamos fazer na Síria", indicou no domingo em sua entrevista semanal no programa da rede CBS "60 Minutes".

"Acredito que teria cometido um erro maior se tivesse dito 'é, armas químicas, isso não muda meus cálculos'".

"Acredito que era importante para mim como presidente dos Estados Unidos enviar uma mensagem de que é diferente quando se trata de armas químicas", acrescentou. "E, para além de como as coisas terminaram, acredito que, em última análise, o certo é que Assad se desfez de suas armas químicas".

Em 2013, os militares sírios utilizaram armas químicas em um ataque contra zonas de Damasco controladas pelos rebeldes, matando quase 1.500 civis, incluindo mais de 400 crianças.

Mas, depois que pareceu que os Estados Unidos preparavam ataques aéreos de forma iminente contra o governo sírio, Washington aceitou um acordo mediado por Moscou, através do qual a Síria enviaria suas armas químicas à Rússia.

Os críticos afirmam que esta decisão humilhou a Casa Branca e encorajou a Rússia a lançar seus próprios ataques aéreos em apoio ao governo sírio, aumentando as tensões entre Moscou e Washington.

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