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Obama invoca segurança nacional para bloquear fotos de Bin Laden

Obama considera que os riscos acarretados pela divulgação dessas imagens superam os benefícios, explicou à rede CBS

 Asif Ali Zardari (d), presidente do Paquistão, em reunião com Barack Obama: ameaça de morte dos talibãs (Pete Souza/White House/Wikimedia Commons)

Asif Ali Zardari (d), presidente do Paquistão, em reunião com Barack Obama: ameaça de morte dos talibãs (Pete Souza/White House/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2011 às 22h37.

Washington - Após três dias de reflexão, o presidente Barack Obama decidiu nesta quarta-feira não divulgar as fotos do corpo de Osama bin Laden, por considerar que representariam um "risco à segurança" dos Estados Unidos e poderiam ser usadas com a finalidade de propaganda, informou nesta quarta-feira o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney.

Alguns representantes exigiram no Congresso americano a divulgação das imagens, com o objetivo de dissipar dúvidas relativas à morte do líder da Al-Qaeda, domingo, no ataque de um comando americano à casa onde o terrorista estava escondido no Paquistão.

Atingido por tiros, um deles no rosto, Bin Laden morreu durante o ataque. Seu corpo foi em seguida retirado da casa e sepultado no mar, segundo o relatório das autoridades. Fotos do corpo foram tiradas para a identificação e membros do Congresso afirmaram nesta quarta-feira que as viram.

Mas Obama considera que os riscos acarretados pela divulgação dessas imagens superam os benefícios, explicou à rede CBS.

"Discutimos esse assunto internamente, e estamos absolutamente certos de que é ele. Houve exames de DNA. Então não há dúvida sobre o fato de termos matado Osama bin Laden", afirmou Obama, segundo um registro da entrevista no site da CBS.

"É muito importante impedir a divulgação das provas fotográficas como um instrumento de incitação (à violência) ou de propaganda. Isso não está de acordo com o que somos. Não queremos divulgar este material como se fosse troféu", acrescentou Obama, segundo a rede, que exibirá a entrevista integralmente domingo durante o programa "60 minutes".

"Dada a natureza violenta da foto, (sua publicação) criaria um risco para a segurança nacional", disse Obama, segundo a CBS.


Ao mesmo tempo, o porta-voz de Obama, Jay Carney, citou durante a sua entrevista coletiva à imprensa diária um outro trecho da emissão, que a CBS não havia divulgado nesta quarta-feira.

"Não há dúvida alguma sobre o fato de que Bin Laden morreu. Não há certamente dúvidas entre os membros da Al-Qaeda sobre a sua morte. Assim, não acreditamos que uma fotografia por si só faça qualquer diferença", disse Obama, segundo Carney.

"Não está em nossos interesses de segurança nacional permitir (a divulgação) dessas imagens, para que elas se tornem, como no passado, ícones que geraram uma mobilização contra os Estados Unidos", acrescentou Carney, expressando a própria opinião.

Pouco antes, o líder da Comissão de Inteligência da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Rogers, revelou ter visto uma das fotos, dizendo que não gostaria que fossem divulgadas por considerar que vão alimentar as preocupações com a segurança dos soldados americanos mobilizados no exterior.

"Imaginem a maneira como os americanos reagiriam se a Al-Qaeda matasse um de nossos soldados ou comandantes do Exército e exibisse as fotos na internet", lançou Rogers.

Um outro político republicano, o senador Saxby Chambliss, disse que essas fotos "são o que você poderia esperar de alguém que levou um tiro na cabeça. Não é bonito de se ver". Mas Chambliss se disse a favor da publicação.

O influente senador republicano Lindsey Graham considerou nesta quarta-feira que Obama cometeu um "erro".

"O objetivo do envio de nossos soldados à residência, mais do que a invasão, era obter uma prova indiscutível da morte de Bin Laden. Sei que Bin Laden morreu. Mas a melhor forma de proteger e defender nossos interesses no exterior é provar esse fato para o resto do mundo", considerou.

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