Barack Obama: presidente dos EUA lembrou que Irã e seu país viveram isolados entre si desde a revolução islâmica de 1979 e, por isso, padecem "de uma desconfiança mútua" (REUTERS)
Da Redação
Publicado em 24 de setembro de 2013 às 18h24.
Os presidentes dos Estados Unidos, Barack Obama, e do Irã, Hassan Rohani, não vão se reunir nesta terça-feira durante a Assembleia Geral da ONU em Genebra, na qual ambos os líderes participam, informaram fontes oficiais americanas.
De acordo com as fontes, a Casa Branca chegou a especular um possível "encontro" entre Obama e Rohani em paralelo à realização da Assembleia, mas os iranianos responderam hoje que era "muito complicado" concretizar essa reunião neste momento.
As expectativas em torno de um possível encontro entre Obama e Rohani tinham aumentado consideravelmente nos últimos dias, principalmente por causa dos recentes gestos de aproximação oferecidos pelo Irã.
"Não haverá reunião. Está claro que é demais complicado para eles (os iranianos)", explicou aos jornalistas um dos funcionários americanos em condição de anonimato.
Funcionários dos EUA e do Irã passaram vários dias falando sobre a possibilidade desta reunião entre Obama e Rohani.
"Os iranianos têm uma dinâmica interna e a relação com os Estados Unidos é bastante diferente da que eles possuem com outros países ocidentais", comentou um alto funcionário americano.
Em seu discurso perante a Assembleia Geral da ONU, Obama estendeu uma mão ao Irã para conseguir um acordo sobre o programa nuclear iraniano.
Segundo o líder americano, as declarações positivas emitidas pelo Irã na última semana, as quais confirmavam que o país não possui o objetivo de construir armas nucleares, "devem servir de base para um acordo significativo".
Obama assinalou que os Estados Unidos não procura mudar o regime iraniano e respeita "o direito do povo de ter acesso à energia nuclear", mas, por outro lado, continuou pedindo "ações transparentes e verificáveis" sobre seu programa atômico.
Desta forma, Obama explicou que pediu ao secretário de Estado americano, John Kerry, buscar um acordo com o Irã sobre seu programa nuclear em cooperação com a União Europeia (UE), Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha - o chamado grupo 5+1.
"Acho firmemente que é preciso provar a via diplomática", ressaltou o presidente dos EUA.
O grupo do 5+1 realizará uma reunião com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Javad Zarif, na próxima quinta-feira na ONU, o qual passará a ser o encontro de maior nível entre autoridades americanas e iranianas desde 1979.
Obama lembrou hoje que o Irã e seu país viveram isolados entre si desde a revolução islâmica de 1979 e, por isso, padecem "de uma desconfiança mútua com raízes profundas", embora também tenha se mostrado confiante em poder melhorar a relação bilateral para colocá-la em um nível de "interesse e respeito mútuo".