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Obama discursará hoje em memória a Martin Luther King

O presidente americano adiantou que falará sobre as conquistas do movimento dos direitos civis da década de 1960 e as tarefas pendentes na atualidade


	Martin Luther King em seu clássico discurso "I Have a Dream": Obama reconheceu a dificuldade de repetir o impacto social que as palavras de King causaram há 50 anos
 (Getty Images)

Martin Luther King em seu clássico discurso "I Have a Dream": Obama reconheceu a dificuldade de repetir o impacto social que as palavras de King causaram há 50 anos (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2013 às 06h55.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, falará à nação nesta quarta-feira para celebrar a chamada Marcha sobre Washington de 1963 no monumento a Lincoln, o mesmo local onde, há exatos 50 anos, Martin Luther King pronunciou seu histórico discurso "I Have a Dream".

Embora a Casa Branca não tenha antecipado detalhes do discurso do presidente, previsto para ocorrer às 16h05 (de Brasília), o próprio Obama adiantou que este repassará as conquistas do movimento dos direitos civis da década de 1960 e, inclusive, as tarefas pendentes para erradicar as atuais injustiças.

Ontem, em uma entrevista ao popular programa de rádio "Tom Joyner Morning Show", Obama reconheceu a dificuldade de repetir o impacto social que as palavras de King causaram diante de 250 mil pessoas naquele dia 28 de agosto de 1963.

"Quando abordamos o discurso do doutor King na Marcha sobre Washington, estamos falando de um dos cinco maiores discursos da história dos EUA... Acho que a forma como ele captou a esperança e o sonho de toda uma geração é inigualável", declarou Obama.

"A única coisa que posso fazer em semelhante ocasião é simplesmente celebrar as conquistas e recordar ao povo que ainda temos um trabalho pendente", enfatizou.

Obama também considera necessário prestar tributo aos cidadãos que acudiram a Washington para presenciar o discurso de King, não mediante "um discurso a mais", mas através do "trabalho diário para assegurar que esta seja uma sociedade mais justa e igualitária".

Na última semana, perante estudantes universitários em Nova York, Obama advertiu que ainda existem "algumas barreiras institucionais" que impedem o êxito de "muitos grupos" e que são, segundo sua opinião, "o legado da discriminação, da escravidão" e das leis Jim Crow que institucionalizaram a segregação racial em todos os locais públicos no sul dos EUA.


Nascido no Havaí, teoricamente longe do racismo dos EUA, Obama tinha pouco menos de dois anos quando King realizou seu discurso sobre a igualdade racial e de oportunidades.

Agora, o esperado discurso do primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos gera expectativas em todos os setores da sociedade civil, principalmente em momentos que os negros e outras minorias afrontam altas taxas de desemprego e outros impedimentos em sua ascensão social.

"O que necessitamos agora do presidente (Obama), além da motivação, é legislação, atribuição de fundos e o cumprimento das leis pela justiça", afirmou ao jornal "USA Today" o reverendo afro-americano Jesse Jackson, outro líder do movimento dos direitos civis.

O discurso de hoje de Obama estará precedido pelos de seus antecessores democratas, Jimmy Carter (1977-1981) e Bill Clinton (1993-2001), que foram testemunhas do efeito das leis "Jim Crow" e da luta, às vezes sangrenta, por erradicá-las.

O ato no monumento ao "Grande Emancipador" também contará com a participação de uma constelação de líderes de direitos civis, membros da família King e celebridades, como Oprah Winfrey.

Através de uma videomensagem, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, também deverá participar dos atos comemorativos. EFE

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