Obama defende realizações econômicas para os americanos
Eleições legislativas acontecem no final do ano e presidente se esforça para manter controle do Congresso
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h11.
Washington - Com a aproximação das eleições que determinarão a sua futura margem de manobra no legislativo, o presidente Barack Obama se desdobra para convencer os americanos dos bons fundamentos de sua política econômica e social - uma tarefa difícil em um momento de desemprego elevado.
"Atravessamos o pior período econômico desde a Grande Depressão" dos anos 1930, lembrou nesta quarta-feira Obama diante de um pequeno grupo de americanos reunidos no jardim de uma casa de Columbus (Ohio, centro), onde havia se encontrado anteriormente com os moradores, uma família de classe média.
"Quando assumi minhas funções há mais ou menos 18 meses, nós já havíamos perdido vários milhões de empregos, e estávamos a ponto de perder outros vários milhões", assegurou Obama, insistindo nas "medidas urgentes" que, segundo ele, evitaram uma outra depressão, o plano de resgate de 787 bilhões de dólares adotado no início de sua presidência.
Os Estados Unidos saíram da recessão há um ano. "Realizamos progressos, mas, sejamos honestos, os progressos não foram tão rápidos", reconheceu Obama. A economia, que não vem obtendo um crescimento suficiente, anda com dificuldades para criar empregos frente a uma taxa de desemprego oficial parada em 9,5%, um nível muito alto para os Estados Unidos.
"A economia ganha força, mas realmente sofreu um forte traumatismo, e não vamos recuperar todos esses oito milhões de empregos perdidos de um dia para o outro", considerou Obama.
"É como se recuperar de uma doença. A cada dia, ficamos mais fortes, e progredimos um pouco mais", disse o presidente, que havia falado anteriormente dos benefícios de seu plano de resgate com os moradores da casa, Joe e Rhonda Weithman, acompanhados de seus dois filhos em torno da mesa de sua cozinha.
Os Weithman tinham todas as características que a Casa Branca queria porque ilustram com perfeição o que a presidência defende como o sucesso de sua política de resgate e de reforço da previdência social.
À frente de um pequeno escritório de arquitetura, Joe Weithman "conseguiu manter dois empregos", apesar da recessão econômica, e isso graças a "um aumento das obras de infraestrutura", impulsionadas pelo plano de relançamento, segundo o governo.
Já a senhora Weithman "conseguiu manter o seu plano de saúde graças à ajuda" governamental, enquanto um filho seu, que ficou doente, não poderá ser rejeitado pelas seguradoras, porque a reforma da saúde promulgada por Obama em março proíbe essas práticas.
Esta disposição da equipe de Obama em defender a eficácia das medidas adotadas em 18 meses, particularmente em matéria econômica, tenta combater a incredulidade de vários americanos frente ao balanço dos democratas neste âmbito, com a proximidade das eleições legislativas do dia 2 de novembro.
O desemprego, os cortes nos orçamentos dos estados, o colossal déficit federal e a queda persistente do setor imobiliário afetam o moral dos eleitores e alimentam temores de um voto de punição para os aliados democratas de Obama, atualmente majoritários nas duas câmaras do Congresso.
Se os republicanos conseguirem controlar todo ou parte do poder legislativo, o presidente verá sua margem de manobra fortemente reduzida a dois anos do final de seu mandato.
Segundo uma recente pesquisa Gallup, 59% dos americanos consultados desaprovam a forma como Obama administra a economia. E 57% criticam a sua reforma da saúde, um dos principais programas de governo.
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