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Obama defende intervenção militar na Líbia

Obama, acusado por muitos parlamentares de não conseguir explicar o papel dos EUA, defendeu sua decisão de intervir militarmente no conflito na Líbia

"Vamos negar armas ao regime, cortar o suprimento de dinheiro, ajudar a oposição e trabalhar com outras nações para apressar o dia em que Gaddafi deixará o poder", afirmou. (Alejandro Pagni/AFP)

"Vamos negar armas ao regime, cortar o suprimento de dinheiro, ajudar a oposição e trabalhar com outras nações para apressar o dia em que Gaddafi deixará o poder", afirmou. (Alejandro Pagni/AFP)

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Da Redação

Publicado em 25 de abril de 2011 às 22h40.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse aos norte-americanos na noite de segunda-feira que o país vai trabalhar com os aliados para chegar o dia de o líder líbio, Muammar Gaddafi, deixar o poder, mas que não usará a força para derrubá-lo.

Em discurso transmitido pela TV para todo o país, Obama --acusado por muitos parlamentares de não conseguir explicar o papel dos EUA na campanha aérea ocidental contra as forças de Gaddafi-- defendeu sua decisão de intervir militarmente no conflito na Líbia.

Mas ele também destacou os limites da ação militar norte-americana, ao mesmo tempo em que tentou conter as críticas de que não tinha objetivos claros e uma estratégia de saída credível do conflito.

"Posso informar que interrompemos o avanço mortal de Gaddafi", disse Obama a militares na Universidade Nacional de Defesa, em Washington, 10 dias após ordenar a participação dos EUA nos ataques aéreos ocidentais.

"Vamos negar armas ao regime, cortar o suprimento de dinheiro, ajudar a oposição e trabalhar com outras nações para apressar o dia em que Gaddafi deixará o poder", afirmou.

Mas ele acrescentou que "pode não acontecer de um dia para outro" e reconheceu que Gaddafi pode ser capaz de se agarrar ao poder. "Ampliar nossa missão militar para incluir a mudança de regime seria um erro", disse ele.

Obama falou na véspera de uma conferência entre 35 nações, que discutirá em Londres a crise no país exportador de petróleo do norte da África, além de pesar as opções políticas para acabar com o regime de 41 anos de Gaddafi.

O desafio de Obama era definir o propósito e o alcance da missão dos EUA na Líbia para os norte-americanos preocupados com questões econômicas domésticas e cansados de guerras dispendiosas em dois outros países muçulmanos: Iraque e Afeganistão.


Mas suas palavras podem não ser suficientes para acalmar os opositores republicanos, que dizem que ele não conseguiu ter um papel de liderança nas recentes crises globais, desde o Oriente Médio à emergência nuclear no Japão.

O discurso de Obama em horário nobre aconteceu um dia depois de a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) concordar em assumir total responsabilidade pelas operações militares na Líbia, terminando a incerteza sobre quem iria assumir a liderança militar, até então nas mãos dos norte-americanos.

Obama disse que entregará o controle da ação militar na quarta-feira.

A decisão da aliança deu um impulso na tentativa do presidente Obama de mostrar aos norte-americanos que ele estava cumprindo seu compromisso de limitar o envolvimento militar dos EUA na Líbia.

A Otan assumirá os ataques aéreos contra a infraestrutura militar de Gaddafi, assim como será responsável pela zona de exclusão aérea e o embargo de armas.

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