Presidente dos EUA, Barack Obama, em pronunciamento na Casa Branca (Larry Downing/Reuters)
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2014 às 16h11.
Hrabove - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, exigiu que a Rússia pare de apoiar separatistas no leste da Ucrânia depois que um avião foi abatido por um míssil terra-ar que ele disse ter sido disparado de território rebelde, e que aumenta a possibilidade de mais sanções contra Moscou.
Pelo menos um norte-americano estava entre os quase 300 mortos na queda do avião, afirmou Obama, uma revelação que aumenta a tensão após o incidente que deteriorou ainda mais as relações entre a Rússia e o Ocidente.
Classificando o ocorrido de “uma atrocidade de proporções indescritíveis”, Obama não chegou a culpar os russos diretamente, mas alertou estar preparado para intensificar as sanções econômicas.
Ele ecoou os clamores internacionais por uma investigação rápida e crível, descartando uma intervenção militar norte-americana.
Mas, sublinhando o impacto global do fato, com vítimas de 11 países e quatro continentes, o presidente dos EUA afirmou que os riscos aumentaram para a Europa, uma maneira clara de conclamar os europeus a seguir o exemplo das sanções mais robustas impostas por Washington aos russos.
A Rússia, que Obama disse estar permitindo que os rebeldes se armem, expressou revolta com as implicações de sua culpa, declarando que as pessoas não devem prejulgar o resultado de um inquérito.
Não houve sobreviventes do voo MH17 da Malaysia Airlines que seguia de Amsterdã a Kuala Lumpur. A Organização das Nações Unidas (ONU) disse que 80 das 298 pessoas a bordo eram crianças.
O maior ataque da história contra um avião comercial espalhou corpos ao longo de quilômetros de território dominado pelos rebeldes perto da fronteira com a Rússia.
Bandeiras brancas improvisadas marcaram os locais onde os cadáveres foram encontrados em meio aos destroços e em plantações de milho. Outros, desnudados pela força do impacto, foram cobertos com polietileno.
A escala do desastre pode ser um divisor de águas na pressão internacional para resolver a crise ucraniana, que já matou centenas.
“Este evento ultrajante ressalta ser hora de restaurar a paz e a segurança na Ucrânia", afirmou Obama, acrescentando que a Rússia não foi capaz de usar sua influência para deter a violência separatista, O Conselho de Segurança da ONU pediu uma “investigação internacional completa, detalhada e independente” sobre a derrubada do avião e “que se responsabilize apropriadamente” os responsáveis.
Kiev e Moscou se acusaram imediatamente pelo desastre, desencadeando uma nova fase em sua guerra de propaganda.
O avião caiu a cerca de 40 quilômetros da fronteira russa, perto da capital regional de Donetsk, área que se tornou um bastião dos rebeldes que vêm combatendo forças do governo ucraniano e que abateram aeronaves militares recentemente.
Líderes da auto-proclamada República do Povo de Donetsk negaram qualquer envolvimento no ataque e disseram que um jato da força aérea ucraniana abateu o voo intercontinental.