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Obama convoca líderes Republicanos e Democratas

Presidente marca reunião com a oposição para negociar prioridades; corte de impostos para os mais ricos e desarmamento nuclear estarão na pauta

Obama estuda mudanças na equipe após o que classificou como uma "surra" das urnas (Chip Somodevilla/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2010 às 17h17.

Washington - O presidente dos EUA, Barack Obama, que tenta determinar qual será sua estratégia política após o triunfo republicano nas legislativas, anunciou, nesta quinta-feira, a convocação de uma cúpula para o dia 18.

Obama prometeu dialogar com os republicanos na segunda etapa de seu mandato, depois que os eleitores deram, na terça-feira, o controle da Câmara dos Representantes para esse partido, que também conseguiu avanços no Senado.

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Para determinar quais devem ser os próximos passos a seguir, o presidente americano se reuniu hoje com seu Gabinete na Casa Branca.

Ao término do encontro, anunciou uma cúpula para o próximo dia 18 com os líderes dos partidos no Congresso na Casa Branca, à qual estão convidados a presidente da Câmara, Nancy Pelosi, o presidente da maioria democrata na casa, Steny Hoyer, e o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid.

Entre os republicanos estão convidados o possível novo presidente da Câmara, John Boehner, e seu "número dois", Eric Cantor, junto ao líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell.

A reunião de trabalho será complementada com um jantar de caráter "social", segundo o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, que acrescentou que o encontro será o primeiro de uma série.

Além disso, Obama, que partirá amanhã para uma viagem pela Ásia, convocou para o 2 de dezembro na Casa Branca todos os governadores do país, a maioria deles republicanos.

"Quero que falemos de maneira substancial sobre como podemos fazer avançar a situação do povo americano. Não vai ser simplesmente uma oportunidade para tirarmos uma foto", sustentou o presidente.

Obama, que na quarta-feira reconheceu que os resultados eleitorais foram uma "surra", assinalou nesta quinta-feira que "os eleitores nos deram uma clara mensagem".


O Congresso seguirá funcionando com sua atual composição de maioria democrata em ambas as casas até janeiro, quando assumirá a legislatura eleita pelo pleito de terça-feira, no qual os republicanos alcançaram mais de 60 novas cadeiras na Câmara e seis a mais no Senado.

A colaboração prometida pelo presidente americano terá como primeira prova um dos assuntos que mais dividiu republicanos e democratas, os cortes de impostos aprovados durante a Administração de George W. Bush.

Esses cortes expiram em dezembro e os republicanos querem prorrogá-los, enquanto democratas advogam por mantê-los para a classe média, mas eliminá-los para os mais poderosos, que recebem mais de US$ 250 mil ao ano.

O assunto será um dos que dominarão a cúpula do dia 18, junto ao desemprego e ao desempenho da economia em geral, a grande preocupação dos americanos.

Gibbs apontou a possibilidade de um acordo de compromisso, ao indicar que, embora Obama "não acredite que seja uma boa ideia" tornar permanente a dedução fiscal para os cidadãos mais ricos, estaria disposto a manter esses cortes durante um ou dois anos.

Enquanto isso, Obama e os democratas tentam estabelecer quais devem ser as prioridades para os próximos meses, enquanto o partido ainda conta com a maioria.

Além dos cortes tributários, Obama citou a ratificação no Senado do novo tratado Start de desarmamento nuclear com a Rússia, para o qual são necessários 66 legisladores, dois terços da Câmara.

Da mesma forma que sua estratégia política, Obama também deve fazer uma remodelação em seu Governo para responder à nova realidade política.

Segundo o porta-voz da Casa Branca, Obama aproveitará sua viagem pela Ásia, que terminará no próximo dia 14, para trabalhar na "reorganização, assim como em postos de funcionários que devem ser substituídos".

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