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Obama condena decisão de Trump e diz que acordo com Irã é bem-sucedido

Ex-presidente dos EUA destacou os resultados já alcançados pelo acordo, entre eles, a eliminação de 97% do estoque iraniano de urânio enriquecido

Barack Obama: “Existem poucas questões mais importantes para a segurança dos Estados Unidos do que a disseminação potencial de armas nucleares" (Carlos Barria/Reuters)
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Agência Brasil

Publicado em 8 de maio de 2018 às 18h14.

O ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama , que havia negociado o acordo nuclear com Irã e potências mundiais, durante seus dois mandatos, condenou hoje (8) a decisão do presidente Donald Trump de retirar o país do compromisso multilateral que inclui ainda Reino Unido, França, Alemanha, China e Rússia.

Obama destacou os resultados já alcançados pelo acordo, entre eles, a eliminação de 97% do estoque iraniano de urânio enriquecido, insumo que pode ser usado para fabricar bomba atômica.

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“Existem poucas questões mais importantes para a segurança dos Estados Unidos do que a disseminação potencial de armas nucleares, ou o potencial para uma guerra ainda mais destrutiva no Oriente Médio. É por isso que os Estados Unidos negociaram o Plano de Ação Compreensivo Conjunto (JCPOA) em primeiro lugar”, escreveu.

Obama, criticado diretamente por Trump pelo acordo, que rotulou como “o pior da história”, afirmou que o pacto está funcionando. “Essa é uma visão compartilhada por nossos aliados europeus, por especialistas independentes e pelo atual secretário de Defesa dos EUA”, disse, referindo-se ao secretário de Defesa, James Mattis, que afirmou em algumas ocasiões que era favorável à permanência dos Estados Unidos no compromisso multilateral.

O ex-presidente afirmou que o acordo conseguiu reduzir significativamente o programa nuclear do Irã , e chamou a negociação de um “modelo para o que a diplomacia pode realizar - seu regime de inspeções e verificação é precisamente o que os Estados Unidos deveriam trabalhar para estabelecer com a Coreia do Norte”.

Resultados do acordo

Obama destacou que, desde que o acordo foi implementado, o Irã destruiu o núcleo de um reator que poderia ter produzido plutônio para uso militar; removeu dois terços de suas centrífugas (mais de 13.000) e as colocou sob monitoramento internacional; e eliminou 97% de seu estoque de urânio enriquecido - a matéria-prima necessária para uma bomba.

“Então, por qualquer medida, o JCPOA impôs restrições estritas ao programa nuclear do Irã e alcançou resultados reais”, destacou o ex-presidente, em posição contrária à de Trump, que afirma que o governo iraniano vinha produzindo misseis balísticos e financiando grupos terroristas em conflitos na Síria e Iêmen.

 

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