Mundo

Obama abordará temas polêmicos com Raúl Castro em Cuba

Os dois líderes têm diferenças profundas para debater enquanto tentam reconstruir a relação bilateral


	O presidente americano Barack Obama e sua família em Cuba: assessores disseram que Obama irá incentivar a adoção de mais reformas econômicas
 (Carlos Barria/ Reuters)

O presidente americano Barack Obama e sua família em Cuba: assessores disseram que Obama irá incentivar a adoção de mais reformas econômicas (Carlos Barria/ Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de março de 2016 às 10h56.

Havana - O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, trocará os passeios turísticos pelos assuntos de Estado nesta segunda-feira, segundo dia de sua visita histórica a Cuba, e irá pressionar o presidente cubano, Raúl Castro, a realizar reformas econômicas e democráticas, mas também irá ouvir queixas sobre a manutenção das sanções econômicas norte-americanas.

Obama e Raúl farão sua quarta reunião, provavelmente a mais substancial, no Palácio da Revolução, onde Raúl e seu irmão mais velho e antecessor, Fidel Castro, mantiveram viva a resistência de Havana à pressão dos EUA durante décadas.

Uma visita de um presidente dos Estados Unidos ao coração do poder cubano seria impensável antes da reaproximação operada por Obama e Raúl 15 meses atrás, quando concordaram em encerrar uma disputa nascida na Guerra Fria que durou cinco décadas e continuou mesmo após o fim da União Soviética.

Os dois líderes têm diferenças profundas para debater enquanto tentam reconstruir a relação bilateral.

Em casa, críticos de Obama querem que ele pressione o governo comunista de Raúl a permitir a dissidência política e abrir mais sua economia estatal de perfil soviético.

Seus assessores disseram que Obama irá incentivar a adoção de mais reformas econômicas e de mais acesso à Internet para os cubanos.

"Uma das coisas que estaremos anunciando aqui é que o Google tem um acordo para começar a disponibilizar mais acesso a Wi-Fi e Internet de banda larga na ilha", disse Obama à rede de televisão ABC News em uma entrevista exibida nesta segunda-feira. Ele não deu maiores detalhes, e não foi possível falar com representantes do Google de imediato.

O governo Obama espera ver mudanças também no congresso do Partido Comunista no mês que vem, mas duvida de qualquer abertura política.

Mesmo assim, Obama prometeu conversar sobre liberdade de expressão e de reunião em Cuba. "Irei abordar estes temas diretamente com o presidente Raúl", afirmou o mandatário ao grupo dissidente Damas de Branco em uma carta de 10 de março.

Raúl já afirmou que Cuba não irá romper com sua revolução de 57 anos, e autoridades governamentais disseram que os EUA precisam encerrar seu embargo econômico e devolver a base naval da Baía de Guantánamo a Cuba para que as duas nações possam usufruir de relações normais.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBarack ObamaCubaEstados Unidos (EUA)Países ricosPersonalidadesPolíticos

Mais de Mundo

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Entenda como seria o processo para substituir Joe Biden como candidato democrata

Chefe de campanha admite que Biden perdeu apoio, mas que continuará na disputa eleitoral

Biden anuncia que retomará seus eventos de campanha na próxima semana

Mais na Exame