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O terror se espalha

O sequestro do voo 8U209 da Afriqiyah Airways na manhã desta sexta-feira foi o 88º evento terrorista do mês de dezembro, um aumento de 72% em relação a dezembro do ano passado. Em 2016, os 1747 incidentes — leia-se ataques perpetrados por atiradores, execuções sumárias, explosões de carros-bomba, emboscadas e planos suicidas — provam como […]

SEQUESTRO DO AFRIQIYAH AIRWAYS: terroristas se entregaram para as autoridades de Malta / Darrin Zammit-Lupi/ Reuters
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Da Redação

Publicado em 23 de dezembro de 2016 às 17h15.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h40.

O sequestro do voo 8U209 da Afriqiyah Airways na manhã desta sexta-feira foi o 88º evento terrorista do mês de dezembro, um aumento de 72% em relação a dezembro do ano passado. Em 2016, os 1747 incidentes — leia-se ataques perpetrados por atiradores, execuções sumárias, explosões de carros-bomba, emboscadas e planos suicidas — provam como viver ficou mais perigoso em qualquer parte do mundo para que se olhe.

Os 111 passageiros do 8U209 decolaram da cidade de Sabha, na Líbia, com destino a Trípoli, capital do país. No meio do voo, dois homens anunciaram o sequestro do avião, um Airbus A320, forçando os pilotos a pousarem na ilha de Malta, no Mediterrâneo, distante 350 quilômetros da costa do país africano. Após a aterrisagem, as autoridades maltesas cercaram o avião e negociaram com os terroristas, que ameaçavam explodir a aeronave.

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Em um primeiro momento, apenas as mulheres foram liberadas. Na sequência, o resto dos passageiros puderam sair do avião com segurança. Não há informações se os dois terroristas — partidários do antigo ditador da Líbia Muammar Kadhafi, morto em 2011 — fizeram exigências. Após se renderem, os terroristas foram levados sob custódia.

O sequestro do avião acontece no mesmo dia em que Anis Amri, o homem tunisiano responsável pelo ataque com um caminhão em um feira de Natal em Berlim no dia 19, foi morto pela polícia da Itália. Amri, um membro do Estado Islâmico, foi parado pela polícia enquanto caminhava pelas ruas de Sesto San Giovanni, uma comuna próxima de Milão, por volta das 3h da madrugada. Ao ser questionado sobre documentos, ele retirou uma arma da mochila e atirou no ombro de um dos policiais. O outro guarda que acompanhava a ronda de rotina reagiu e atirou contra Amri. Ele foi identificado como o terrorista procurado na Alemanha após a análise das impressões digitais.

Ainda no dia de hoje, um homem invadiu o aeroporto de Kazan, na Rússia, com um carro. Circulou durante um minuto e meio pelo terminal de passageiros, cruzou a área da esteira de bagagens, quebrou vidros e quase atropelou pessoas. Só parou depois de ficar preso na neve, já do lado de fora do aeroporto. As razões são incertas.

Certa é a ascensão do ódio no mundo. O ano de 2016 vai acabando e não esqueceremos do sacerdote Jacques Hamel degolado por membros do Estado Islâmico enquanto celebrava uma missa na Normandia; dos 4 judeus mortos por terroristas palestinos enquanto jantavam num restaurante de Tel Aviv; dos ataques combinados no aeroporto e no metrô de Bruxelas que deixaram 35 mortos; das 36 vítimas das explosões e tiros de fuzis no aeroporto de Istambul; das 50 pessoas assassinados apenas porque se divertiam em uma boate gay de Miami; das 86 pessoas mortas enquanto celebravam o Dia da Bastilha, na França, ao serem atingidas por um caminhão dirigido por um inimigo da liberdade; dos 134 mortos dentro de uma mesquita xiita na Síria após a explosão de um carro-bomba. Nada indica, infelizmente, que 2017 será diferente.

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