Mundo

O rastro de destruição deixado pelos incêndios florestais na Grécia

Agência nacional de Proteção Civil grega fala em "tragédia nacional"

Bombeiros, soldados e moradores locais combatem incêndio em Rafina, perto de Atenas.  (Costas Baltas/Reuters)

Bombeiros, soldados e moradores locais combatem incêndio em Rafina, perto de Atenas. (Costas Baltas/Reuters)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 24 de julho de 2018 às 15h21.

Última atualização em 24 de julho de 2018 às 15h26.

São Paulo - Pelo menos 74 mortos e mais de 180 feridos — muitos em estado grave — é o balanço mais recente dos incêndios florestais que transformaram a paisagem idílica do nordeste de Atenas, capital da Grécia, em um verdadeiro inferno desde o início de segunda-feira (23).

Entre os feridos há 23 crianças. E entre os mortos, há um bebê de 6 meses. Nesta terça-feira, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, anunciou três dias de luto nacional. "O país está atravessando uma tragédia enorme. A Grécia está de luto", afirmou numa declaração ao país, prometendo que "ninguém ficará sem ajuda".

O país europeu não sofria tanto com incêndios florestais desde 2007, ano em que eventos semelhantes mataram mais de 70 pessoas. Ao todo, 47 incêndios florestais irromperam em território grego na segunda e no início da terça-feira. A maioria foi rapidamente extinta, segundo o corpo de bombeiros, mas dez ainda estavam queimando no final da manhã desta terça-feira.

A agência nacional de Proteção Civil grega fala em "tragédia nacional". Os números de emergência da entidade estão recebendo dezenas de chamadas sobre pessoas desaparecidas, cujo número ainda é incerto.

O clima seco na região torna os incêndios florestais um problema recorrente na Grécia, que este ano foi intensificado pelo inverno pouco chuvoso. Segundo o secretário-geral da Defesa Civil, Yannis Kapakis, os incêndios foram avivados por ventos de mais de 100 km/h, uma “situação extrema”.

Para escapar das chamas que avançavam com violência sobre a costa, muitos moradores fugiram para o mar. Em um operação de resgate urgente, barcos foram mobilizados para resgatar moradores de vilas à beira mar. Autoridades evacuaram mais de 700 pessoas de áreas críticas durante a noite de segunda para terça-feira.

Porém, muitos não resistiram ao avanço das chamas, inflamadas pelos fortes ventos. Na cidade litorânea de Mati, equipes de resgate encontraram os corpos carbonizados de 26 pessoas amontoados perto de uma praia, informou a Reuters.

Autoridades e voluntários se organizam para ajudar as vítimas, com coleta e distribuição de água, comida e roupas, enquanto os desabrigados foram enviados a hotéis.

O país já declarou estado de emergência e pediu ajuda europeia. Os governos de Portugal, Espanha, Itália, Alemanha, Polônia, França e Chipre enviaram equipamentos aéreos, terrestres e recursos humanos para ajudar a Grécia a enfrentar as chamas.

O Papa Francisco enviou mensagem às autoridades civis e eclesiásticas da Grécia, expressando “profunda tristeza” pelos incêndios e “sincera solidariedade como todos os afetados”. 

Imagens da tragédia mostram o rastro de destruição deixado pelos incêndios florestais no país:

(Alkis Konstantinidis TPX)

(COSTAS BALTAS/Reuters)

(Alkis Konstantinidis/Reuters)

Nas redes sociais, centenas de pessoas compartilharam imagens da tragédia e mensagens de apoio ao país.

https://www.instagram.com/p/Bln3mjnlxng/?tagged=greece

Acompanhe tudo sobre:GréciaIncêndiosMeio ambiente

Mais de Mundo

Votação aquém do esperado de partido de Le Pen faz cotação do euro ficar estável

‘Isso não é um teste’: países se preparam para furacão Beryl, com ‘ventos com risco de vida’

Eleições na França: por que distritos com 3 ou mais candidatos no 2° turno podem barrar ultradireita

Presidente da Costa Rica demite ministra da Cultura por apoio à marcha LGBTQIAP+

Mais na Exame