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O que se sabe sobre o submarino ARA San Juan

A tese da explosão é agora a única pista, apesar de não determinar exatamente a posição do submergível

Submarino: o piloto havia informado à base um problema nas baterias (Marcos Brindicci/Reuters)

Submarino: o piloto havia informado à base um problema nas baterias (Marcos Brindicci/Reuters)

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AFP

Publicado em 23 de novembro de 2017 às 21h30.

O submarino argentino ARA San Juan sofreu uma avaria, provavelmente por causa de uma explosão a bordo, antes de desaparecer no mar com seus 44 tripulantes, na quarta-feira 15 de novembro às 10H30 GMT (08H30 Brasília).

O que se sabe sobre o incidente:

Explosão

Após especulações sobre a situação do submarino e sobre sua capacidade de renovar o oxigênio a bordo, a tese da explosão é agora a única pista, apesar de não determinar exatamente a posição do submergível.

"As Estações Hidroacústicas HA10 (da Ilha de Ascensão) e HA04 (ilhas Crozet) detectaram um sinal (explosivo) em 15 de novembro às 13H51 GMT (11H51), próximo à última posição conhecida", segundo a Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (Otpcen).

A explosão explicaria a ausência da ativação da baliza de emergência e a interrupção completa das comunicações do submarino.

Avaria informada

O comandante do submarino, capitão de fragata Pedro Martín Fernández, informou à base um problema nas baterias. Em uma comunicação posterior, comunicou que seguia para a base naval de Mar del Plata, onde deveria chegar no dia 19 ou 20.

Um submarino deste tipo está geralmente equipado com quatro baterias de 50 toneladas cada uma, que contêm chumbo e ácido sulfúrico. Em caso de problemas, as baterias podem produzir gases instáveis e até explosão.

Zona de busca

Os navios e aviões realizavam buscas em uma zona de 500.000 km2 para detectar o submarino, mas agora se concentram em uma área em torno do ponto da explosão detectada pela Optcen

Nesta região, a profundidade das águas é de entre 200 e 350 metros, e há muitos barcos de pesca.

No total, 14 navios, 12 aviões e 4 mil homens participam das operações de busca, que incluem contingentes de Brasil, Alemanha, Canadá, Chile, Colômbia, Espanha, Estados Unidos, França, Noruega, Peru, Grã-Bretanha e Uruguai.

"Se você tem uma posição, é possível encontrá-lo. Se a explosão enviou o San Juan ao fundo, será possível localizá-lo e alcançá-lo, dependendo da profundidade", disse um submarinista, que pediu para não ser identificado.

Submarino de 1983

Fabricado na Alemanha em 1983, o submarino de 65 metros foi incorporado à frota argentina em 1985.

Em 2014 passou por manutenção nos estaleiros Tandanor de Buenos Aires e para a Marinha estava "totalmente operacional".

Em tempos de paz, o submarino era usado para o controle da pesca ilegal nas águas argentinas do Atlântico Sul, onde numerosos navios estrangeiros se aventuram regularmente.

A Argentina tem outros dois submarinos: o "San Luis", em reparos, e o "Salta", atracado na base de Mar del Plata.

Um dispositivo de socorro

Dois navios zarparam do porto de Comodoro Rivadavia com militares americanos equipados com material de resgate: dois mini submarinos de controle remoto e cápsulas de resgate para os 44 tripulantes do "ARA San Juan".

A Rússia enviou nesta quinta-feira o Yantar, um navio oceanográfico com equipamentos para "investigar a uma profundidade de até 6.000 metros", com o apoio de dois mini submarinos.

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