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O que é e o que faz o G20, grupo que reúne 85% do PIB global?

Principal fórum de cooperação econômica internacional, reúne as 19 maiores economias do mundo, mais União Europeia e União Africana. Cúpula de Líderes ocorre hoje e amanhã no Rio

Agência o Globo
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Publicado em 18 de novembro de 2024 às 12h46.

Última atualização em 18 de novembro de 2024 às 13h57.

Começa nesta segunda-feira, 18, o encontro com o Grupo dos Vinte (G20), principal fórum de cooperação econômica internacional. Neste ano, o Rio de Janeiro sedia a reunião com as 19 maiores economias do mundo mais União Europeia e União Africana. Na lista de países estão Estados Unidos, China, Brasil, Índia, França, entre outros. Entenda como o encontro surgiu e veja o cronograma do primeiro dia de debates.

O que é o G20?

É a abreviação para “Grupo dos Vinte”, um “clube” de cooperação internacional, que responde por 85% do PIB mundial e dois terços da população global.

Esse clube discute iniciativas para promover melhorias econômicas, políticas e sociais nas nações que fazem parte dele. Negocia acordos ao longo do ano e os assina justamente no último dia da reunião de cúpula.

Os debates envolvem questões globais como desenvolvimento sustentável, mudanças climáticas, saúde, agricultura, e combate à corrupção.

A cada ano, um país preside o G20. Neste ano, o Brasil estave à frente da presidência rotativa do grupo.

Para a reunião de cúpula aqui no Rio, que a décima nona a ser realizada, vieram 55 delegações, incluindo países convidados e organismos internacionais.

No fim deste mês, o Brasil passa o bastão para a África do Sul, a próxima sede.

Como surgiu o G20?

O G20 começou originalmente em 1999 em resposta às crises financeiras do fim dos anos 1990 e reunia os ministros das Finanças e presidentes de bancos centrais de 19 países mais a União Europeia. Com a crise financeira de 2008, contudo, a habitual reunião de ministros e diretores dos banco centrais (BCs) do grupo foi elevada a nível de Cúpula de chefes de Estado.

A primeira Cúpula do G20 foi realizada em Washington, em novembro de 2008. Até 2010, as cúpulas eram realizadas semestralmente. A partir de 2011 passaram a ser anuais.

Qual é o nível de poder decisório do G20?

O grupo é um fórum que promove debate sobre assuntos relacionados à estabilidade econômica global e desenvolvimento econômico. Mais recentemente, questões climáticas e sociais também entraram na agenda.

Na prática, o fórum reflete os interesses das economias mais ricas. Mas não tem poder de sanções ou de implementar decisões de forma mandatória.

Para garantir o trabalho simultâneo com instituições internacionais, o diretor-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI) e o presidente do Banco Mundial também participam das reuniões.

Desde a crise financeira de 2008, o G20 passou a trabalhar conjuntamente com outros organismos, países convidados e fóruns internacionais, como o Banco de Compensações Internacionais (BIS) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Diferentemente de organizações internacionais como o FMI e o Banco Mundial, o G20 não possui um corpo de funcionários permanente. A presidência do grupo é rotativa entre os membros e muda a cada ano.

O país que exerce a presidência estabelece um programa de trabalho para o ano, em geral dando continuidade a boa parte dos assuntos discutidos no âmbito do grupo, mas podendo adicionar novos temas e iniciativas.

O que são as trilhas do G20?

O G20 opera de forma diferente dos organismos internacionais tradicionais, com duas abordagens principais: a Trilha de Finanças e a Trilha de Sherpas

A Trilha de Finanças trata de assuntos macroeconômicos estratégicos e é conduzida pelos ministros das Finanças e presidentes dos bancos centrais, que se reúnem quatro vezes por ano, sendo duas em reuniões à margem dos encontros do FMI e do Banco Mundial. A coordenadora da Trilha de Finanças é a economista e diplomata Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda.

Nesta trilha, as reuniões se dividem em sete grupos técnicos: economia global, arquitetura financeira internacional, infraestrutura, finanças sustentáveis, tributação internacional, inclusão financeira e assuntos do setor financeiro. Há ainda a Força-tarefa conjunta de finanças e saúde, concebida em 2021 e que funciona como fórum para aprimorar a cooperação global em prevenção, preparação e resposta a pandemias.

Na Trilha de Sherpas, os representantes dos líderes do G20 ficam responsáveis por supervisionar negociações, discutir os pontos da agenda da cúpula e coordenar a maior parte do trabalho. O sherpa indicado pelo governo brasileiro para o G20 é o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty.

O termo “sherpa” é utilizado na diplomacia para designar negociadores em cúpulas de chefes de Estado. A origem do termo vem dos Sherpas, etnia do Nepal, que guiam alpinistas que almejam chegar ao topo do Everest. No G20, os sherpas encaminham as discussões e acordos até a cúpula final com chefes de Estado e de governo.

A Trilha de Sherpas engloba 15 grupos de trabalho — agricultura, anticorrupção, cultura, desenvolvimento, economia digital, redução do risco de desastres, educação, emprego, transições energéticas, sustentabilidade climática e ambiental, saúde, turismo, comércio e investimentos, empoderamento das mulheres e pesquisa e inovação — , duas forças-tarefa (para o lançamento de uma aliança global contra a fome e a pobreza e outra para a mobilização global contra a mudança do clima) e uma iniciativa sobre bioeconomia.

Confira a programação prevista desta segunda para a cúpula do G20

  • 8h30 às 10h: Chegada dos líderes e recepção pelo Presidente da República e Primeira Dama
  • 10h às 13h: Lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza
  • 13h às 14h: Almoço de Trabalho
  • 14h30 às 18h: Sessão 2 – Reforma da Governança Global
  • 18h às 20h: Recepção Oficial do Presidente Lula e Primeira Dama para os Líderes
Acompanhe tudo sobre:G20Rio de JaneiroBrasil

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