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O. J. Simpson ganha a liberdade após nove anos preso

Em 2008, Simpson foi considerado culpado de assalto, agressão, sequestro e outros crimes após emboscar dois colecionadores em um cassino de Las Vegas

O.J. Simpson: o ex-astro do futebol americano também é lembrado em todo o mundo por sua polêmica absolvição, em 1995, do assassinato de sua ex-mulher e um amigo dela (Jason Bean/Pool/File Photo/Reuters)
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AFP

Publicado em 2 de outubro de 2017 às 10h18.

O.J. Simpson é um homem livre: ele deixou na madrugada deste domingo (1) a prisão onde passou os últimos nove anos, cumprindo pena por assalto à mão armada.

O ex-astro de futebol americano, de 70 anos e lembrado em todo o mundo por sua polêmica absolvição, em 1995, do assassinato de sua ex-mulher e um amigo dela, deixou o Centro Correcional Lovelock, em Nevada (oeste) após a meia-noite, informou à AFP a porta-voz da autoridade penitenciária do estado (NDC), Brooke Keast.

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Em um curto vídeo publicado pelo NDC em Facebook, Simpson aparece saindo no meio da noite com uma jaqueta longa, calças e boné de cor escura e tênis brancos.

"Não sei aonde ele foi", acrescentou por meio de mensagens de texto, sem dar maiores detalhes.

A partir de 1º de outubro entrou em vigor sua libertação, mas seus advogados previam que seria no mínimo na segunda-feira.

Keast explicou que a decisão de colocá-lo em liberdade na madrugada foi para "garantir sua segurança e evitar qualquer incidente".

A porta-voz já tinha advertido na sexta-feira que sua saída seria atrasada se aparecessem veículos de mídia fora da penitenciária.

Em outubro de 2008, Simpson foi considerado culpado de assalto, agressão, sequestro e outros crimes depois que, junto com cinco cúmplices, emboscou dois colecionadores de objetos esportivos em um hotel-cassino de Las Vegas.

O ex-jogador dos Buffalo Bills e membro do Hall da Fama argumentou que tentava apenas recuperar objetos pessoais que lhe foram roubados, mas o júri não acreditou em sua versão e ele foi condenado a 33 anos de prisão, com possibilidade de condicional a partir de nove anos.

Três meses antes de cumprir a pena mínima, uma comissão concedeu-lhe a condicional efetiva a partir deste domingo.

"Filé, mariscos.."

Seu advogado, Malcolm LaVergne, disse na sexta-feira que seu cliente estava "muito emocionado" com a perspectiva da liberdade.

Ele "quer ver sua família, abraçá-los fora da prisão (...) Quer comer mariscos, um filé, desfrutar destes pequenos prazeres que não teve em nove anos".

Na lista está, ainda, o último modelo do iPhone.

LaVergne destacou que a intenção do ex-jogador é se mudar para a Flórida (sudeste), mas a autoridade penitenciária deste estado (FDC) informou na sexta-feira, em um comunicado, que "não recebeu nenhuma solicitação de transferência ou documentação" sobre o caso.

A procuradora-geral da Flórida, Pam Bondi, pediu, por sua vez, à FDC, que se oponha à transferência de Simpson para cumprir ali sua liberdade condicional.

"Nosso estado não deveria se tornar em um 'country club' para esse criminoso condenado", disse Bondi em uma nota de seu gabinete, divulgada também na sexta-feira.

Na audiência de julho, Simpson disse: "Poderia ficar em Nevada, mas não acho que vocês me queiram aqui".

Bondi usou essa frase para argumentar sua oposição à mudança do ex-jogador que, segundo disse, representa "um perigo" para os cidadãos da Flórida.

"Tem um histórico alarmante de detenções e destruição", além de "acusações de violência doméstica".

"Segundo round"

Bondi fez referência ao julgamento civil realizado em 1997 pelo assassinato da ex-mulher, Nicole Brown, e Ron Goldman, o amigo dela, após ter sido absolvido em uma corte criminal em um processo que foi transmitido ao vivo e dividiu o país em uma polêmica com elementos de tensão racial.

O ex-esportista foi sentenciado a pagar mais de 30 milhões de dólares, que ainda deve.

O advogado da família Goldman, David Cook, disse à emissora CNN que começa agora o "segundo round" na luta para receber o montante que, segundo seus cálculos, dobrou com os juros. "Agora está em 70 milhões" de dólares.

"A boa notícia para mim é que saiu. A má para ele é que tenho boa saúde e estou pronto para continuar", advertiu.

LaVergne informou também à CNN que até onde sabe seu cliente seria um aposentado e não teria ativos que pudessem ser reivindicados pela família da vítima.

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