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Número de refugiados é o maior desde a 2ª Guerra Mundial

No fim do ano passado, número de pessoas desalojadas chegou a 51,2 milhões


	Refugiado: Conflitos na Síria e outras crises ao redor do mundo elevaram o número de desalojados
 (Juan Medina/Reuters)

Refugiado: Conflitos na Síria e outras crises ao redor do mundo elevaram o número de desalojados (Juan Medina/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 20 de junho de 2014 às 10h39.

Beirute, Líbano - Pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, o número de pessoas forçadas a sair de suas casas em todo o mundo ultrapassou 50 milhões, informou nesta sexta-feira a Acnur, a agência para Refugiados da Organização das Nações Unidas (ONU).

Os sírios que fogem da violência em seu próprio país e o crescente número de outras crises ao redor do mundo colaboraram para o aumento do número de desalojados, disse a Acnur em seu relatório anual.

No final do ano passado, 51,2 milhões de pessoas haviam sido forçadas a deixar suas casas em todo o mundo, o número mais alto de desalojados desde a Segunda Guerra Mundial, afirmou a agência da ONU.

Isso significa mais seis milhões de refugiados na comparação com o ano anterior, refletindo o que a Acnur descreve como uma importante tendência nas relações internacionais. No final de 2012, havia 45,2 milhões de desalojados no mundo, segundo a agência.

"O mundo tem demonstrado uma capacidade limitada para prevenir conflitos e encontrar uma solução oportuna para eles", disse o alto comissário da ONU para Refugiados, Antonio Gutteres.

"Atualmente, não temos apenas a falta de um sistema global de governança, mas temos um tipo de senso obscuro de poder no mundo", declarou Gutteres aos jornalistas em Beirute, capital do Líbano, onde o relatório global foi divulgado nesta sexta-feira.

O enorme aumento foi liderado pela guerra civil na Síria. Até o final do ano passado, 2,5 milhões de sírios haviam se tornado refugiados em países vizinhos e mais de 6,5 milhões estavam desalojados dentro da Síria, disse a Acnur.

Os números assustadores - que sobrecarregam os recursos de países que recebem essas pessoas e também de organizações de ajuda humanitária, são também um reflexo gritante da continuidade dos conflitos e perseguições de outros países, dentre eles República Centro-Africana e Sudão do Sul.

"Estes números representam um salto quântico nos deslocamentos forçados em todo o mundo", afirmou Gutteres. "Pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial, tivermos em 2013 mais de 50 milhões de pessoas desalojadas por conflitos e perseguições que tanto cruzam as fronteiras ou estão no interior de seus países. "

Os mais de 50 milhões incluem refugiados e pessoas que buscam asilo que deixaram seus países assim como pessoas desalojadas nos países onde moram. Os dados foram compilados a partir de informações de governos, organizações não-governamentais e de registros da própria Acnur.

Dos 5,2 milhões de desalojados em todo o mundo no ano passado, 16,7 milhões eram refugiados que estavam fora das fronteiras de seus países. Quase 12 milhões deles recebiam cuidados de agências da ONU.

Mais da metade dos refugiados sob os cuidados da Acnur - 6,3 milhões - estavam no exílio havia mais de cinco anos, disse a agência.

Por país, a maior população de refugiados era de afegãos, sírios e somalis, diz do documento. Os países que abrigam o maior número de refugiados era Paquistão, Irã e Líbano, nações cuja estabilidade é ameaçada pela guerra na Síria, que está em seu quarto ano.

Mais de um milhão de sírios se registraram no Líbano como refugiados desde o início do conflito no país, em março de 2011. Os refugiados são agora quase um quarto da população libanesa, de 4,5 milhões de pessoas. Fonte: Dow Jones Newswires.

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