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Novos bombardeios da coalizão são registrados contra EI

EUA não confirmam morte de refém

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2015 às 15h36.

Beirute - Os aviões da coalizão internacional contra o grupo Estado Islâmico (EI) bombardearam o reduto jihadista de Raqa neste sábado, enquanto prossegue a incerteza sobre o destino da refém americana supostamente morta em um bombardeio da coalizão no norte da Síria.

Embora o EI tenha anunciado na sexta-feira a morte por "fogo amigo" da trabalhadora humanitária Kayla Jean Mueller, de 26 anos, Washington ainda não confirmou a informação porque diz não ter provas, enquanto a Jordânia expressou seu ceticismo a respeito.

"Estamos muito preocupados com estas informações", declarou a porta-voz do Conselho americano de segurança nacional (NSC). Ela acrescentou, no entanto, que não tinha "indícios tangíveis" sobre a morte da refém.

Segundo o EI, que se apoderou de amplas zonas de território na Síria e no Iraque, "a aviação da coalizão bombardeou uma posição fora da cidade de Raqa durante a oração de sexta-feira", matando uma refém americana (Mueller) em um ataque das forças jordanianas.

Os jihadistas não divulgaram fotos do corpo da refém e publicaram apenas imagens de imóveis destruídos. Uma legenda informava que se tratava dos escombros nos quais a americana morreu.

O ministro jordaniano das Relações Exteriores, Nasser Judeh, expressou suas dúvidas sobre as afirmações do EI, e classificou de "velha tática dos terroristas" as informações sobre reféns mortos em bombardeios.

"Somos muito céticos", indicou à AFP o porta-voz do governo jordaniano. "Não é lógico. Como podem identificar um avião de tão longe? O que a americana fazia em um arsenal? Tudo isso é parte de sua propaganda criminosa".

O exército limitou-se a indicar que seus aviões realizaram novas operações na sexta-feira contra o EI e "destruíram posições (...) desta organização terrorista".

Os pais desta americana de 26 anos, sequestrada na cidade síria de Aleppo em agosto de 2013, expressaram a esperança de que sua filha continue viva, e pediram aos jihadistas que entrem em contato, como já fizeram no passado.

No contato anterior, "nos disseram que tratavam Kayla como convidada. Como tal, sua segurança e seu bem-estar são responsabilidade de vocês", afirmaram.

A família descrevia a jovem como muito dedicada ao povo sírio e afirma que direcionou sua carreira a ajudar os que precisam em todo o mundo. Kayla chegou em dezembro de 2012 à fronteira sírio-turca para ajudar os deslocados.

Erradicar o EI

Segundo o Observatório Sírio de Direitos humanos (OSDH), a coalizão liderada pelos Estados Unidos voltou a bombardear Raqa pelo segundo dia consecutivo neste sábado, após os ataques de sexta-feira, que custaram a vida de ao menos 30 jihadistas.

Estas incursões tomaram como alvo "posições e depósitos de veículos militares e blindados, a leste e a oeste da cidade de Raqa", acrescentou esta ONG.

Amã multiplicou os bombardeios contra os jihadistas do EI após a morte de um piloto jordaniano, capturado no fim de dezembro pelo EI depois de se acidentar com seu F-16, e que foi queimado vivo pelos jihadistas, como mostra um vídeo divulgado na terça-feira.

Na Jordânia, milhares de pessoas se concentraram após a oração semanal de sexta-feira para exigir que o grupo jihadista seja punido após a morte do piloto Maaz al Kasasbeh.

"Todos somos Maaz", "Todos somos Jordânia", "Sim à punição", "Sim à erradicação do terrorismo", afirmavam os cartazes, em meio a bandeiras jordanianas e fotos do piloto.

Já os Emirados Árabes Unidos anunciaram neste sábado que estacionarão na Jordânia um esquadrão de caça-bombardeiros F-16 para apoiar este país irmão em seus ataques contra o grupo Estado Islâmico.

A medida foi adotada pelo príncipe herdeiro de Abu Dhabi, Mohamed Ben Zayed al-Nahyan, para contribuir ao "esforço de guerra das forças armadas jordanianas e para sua participação eficaz na coalizão internacional" contra o EI, informou a agência oficial Wam.

Acusado de limpeza étnica e crimes contra a humanidade, o EI aproveitou a guerra civil na Síria e a instabilidade no Iraque para se apoderar de grandes posições destes territórios, impor neles suas próprias leis e multiplicar os crimes contra suas populações.

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