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Novo partido político muda tabuleiro eleitoral na Alemanha

Segundo revista alemã Der Spiegel, o Partido de Esquerda vai exercer um papel importante nas próximas eleições

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 18h39.

O presidente alemão Horst Koehler precisa decidir até o final desta semana se vai dissolver o parlamento e marcar eleições em setembro. Segundo reportagem da revista Der Spiegel, o que supreende é que essa decisão deixou de ser o principal tema da agenda política da Alemanha nos últimos dias.

O que assumiu o foco dos debates é a articulação do novo Partido de Esquerda, resultado da união do pós-comunista Partido do Socialismo Democrático e da Alternativa Eleitoral pelo Trabalho e Justiça Social (WASG, na sigla em alemão), qualificados pela Spiegel como "esquerdistas idealistas".

Para a revista, está claro que a classe política não sabe como reagir à novidade, em contraste com a convocação de novas eleições, apoiada por 75% dos eleitores alemães. Qualificar o novo partido como um punhado de eleitores frustrados é o mesmo que enfiar a cabeça num buraco, diz a reporagem. O Partido de Esquerda nasce como a terceira força política no país, com cerca de 12% de apoio, atrás dos democratas cristãos da CDU, com 42%, e dos social-democratas do SPD do chanceler (o primeiro-ministro) Gerhard Schroeder, com apenas 27%.

Divulgação

Partido de Esquerda será resultado da fusão do Partido do Socialismo Democrático e da Alternativa Eleitoral pelo Trabalho e Justiça Social

A dupla que lidera o Partido de Esquerda não pode ser ignorada, diz Der Spiegel. Gregor Gysi é popular na Alemanha Oriental e Oskar Lafontaine já ocupou o ministério das Finanças do país, e é ainda mais conhecido. Ainda mais preocupante para CDU e SPD, no entanto, é que o Partido de Esquerda é agora o maior nos estados da antiga Alemanha Oriental, onde tem 30% dos votos, contra 29% do CDU.
Em suma, diz a revista, um partido que baseia sua existência em recolher as insatisfações da sociedade alemã tem um futuro pela frente. Isso é especialmente verdade nos estados ao leste do país, onde a taxa de desemprego oscila em torno dos 20%, mais que o dobro que a média da Alemanha como um todo.

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