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Novo governo italiano já começa em clima de crise

Em discurso no Parlamento, novo primeiro-ministro disse que país deve se focar imediatamente em recuperar a economia

Recém-nomeado primeiro-ministro, Enrico Letta discursa no parlamento: (Alessandro Bianchi/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de abril de 2013 às 11h21.

Roma - O novo primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, busca nesta segunda-feira um voto de confiança no Parlamento, mas já enfrenta problemas políticos e econômicos que colocarão em xeque a solidez da sua coalizão nos próximos meses.

Em discurso no Parlamento antes da votação, Letta disse que a Itália deve se focar imediatamente em recuperar a economia e irá presssionar seus parceiros europeus para obter mais políticas voltadas ao crescimento econômico.

O novo premiê, do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, deverá contar com o apoio do Partido Povo da Liberdade (PDL), de centro-direita. Depois da votação na Câmara, será a vez do Senado se pronunciar, provavelmente na terça-feira.

O gabinete de Letta tomou posse no domingo, mas a cerimônia acabou ofuscada pelo ataque a tiros contra dois policiais em frente à sede do governo, em Roma. No entanto, a reação dos mercados financeiros ao final dos vários meses de impasse político foi positiva.

Nesta segunda-feira, o custo da dívida italiana caiu ao seu menor nível desde outubro de 2010, num leilão de títulos com vencimento em médio e longo prazo.

O bloco de centro-esquerda formou a maior bancada na eleição parlamentar de fevereiro, mas não obteve maioria no Senado. Inicialmente, o PD rejeitou uma aliança com o bloco de centro-direita comandado pelo ex-premiê Silvio Berlusconi, mas na semana passada o acordo acabou sendo costurado.

Agora, Letta terá a dura tarefa de manter a unidade do seu governo e aprovar medidas impopulares.


Berlusconi, que enfrenta diversos processos judiciais, não participará do gabinete, mas muitos políticos de esquerda acham abominável a ideia de governar em coalizão com o PDL.

Em entrevista ao canal 5 da TV italiana, que pertence a ele próprio, Berlusconi disse que a esquerda precisaria fazer uma "autocrítica" e aprender algumas coisas com seu partido. Ele disse ter a expectativa de que esse governo dure pelo menos o suficiente para aprovar algumas reformas vitais.

Berlusconi exige a revogação de um impopular imposto habitacional, com o reembolso das quantias já pagas no ano passado -- uma medida que abriria um rombo de 8 bilhões de euros no orçamento italiano. Ele também propõe benefícios tributários para empresas que contratarem jovens.

Não está claro como Letta irá lidar com essas reivindicações.

Berlusconi, cujo último governo foi derrubado no auge da crise do euro, no final de 2011, disse esperar uma participação importante na definição de políticas públicas.

"Como sou presidente do Povo da Liberdade, nossos representantes no governo terão um contínuo contato com nosso movimento e comigo", afirmou.

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Roma - O novo primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, busca nesta segunda-feira um voto de confiança no Parlamento, mas já enfrenta problemas políticos e econômicos que colocarão em xeque a solidez da sua coalizão nos próximos meses.

Em discurso no Parlamento antes da votação, Letta disse que a Itália deve se focar imediatamente em recuperar a economia e irá presssionar seus parceiros europeus para obter mais políticas voltadas ao crescimento econômico.

O novo premiê, do Partido Democrático (PD), de centro-esquerda, deverá contar com o apoio do Partido Povo da Liberdade (PDL), de centro-direita. Depois da votação na Câmara, será a vez do Senado se pronunciar, provavelmente na terça-feira.

O gabinete de Letta tomou posse no domingo, mas a cerimônia acabou ofuscada pelo ataque a tiros contra dois policiais em frente à sede do governo, em Roma. No entanto, a reação dos mercados financeiros ao final dos vários meses de impasse político foi positiva.

Nesta segunda-feira, o custo da dívida italiana caiu ao seu menor nível desde outubro de 2010, num leilão de títulos com vencimento em médio e longo prazo.

O bloco de centro-esquerda formou a maior bancada na eleição parlamentar de fevereiro, mas não obteve maioria no Senado. Inicialmente, o PD rejeitou uma aliança com o bloco de centro-direita comandado pelo ex-premiê Silvio Berlusconi, mas na semana passada o acordo acabou sendo costurado.

Agora, Letta terá a dura tarefa de manter a unidade do seu governo e aprovar medidas impopulares.


Berlusconi, que enfrenta diversos processos judiciais, não participará do gabinete, mas muitos políticos de esquerda acham abominável a ideia de governar em coalizão com o PDL.

Em entrevista ao canal 5 da TV italiana, que pertence a ele próprio, Berlusconi disse que a esquerda precisaria fazer uma "autocrítica" e aprender algumas coisas com seu partido. Ele disse ter a expectativa de que esse governo dure pelo menos o suficiente para aprovar algumas reformas vitais.

Berlusconi exige a revogação de um impopular imposto habitacional, com o reembolso das quantias já pagas no ano passado -- uma medida que abriria um rombo de 8 bilhões de euros no orçamento italiano. Ele também propõe benefícios tributários para empresas que contratarem jovens.

Não está claro como Letta irá lidar com essas reivindicações.

Berlusconi, cujo último governo foi derrubado no auge da crise do euro, no final de 2011, disse esperar uma participação importante na definição de políticas públicas.

"Como sou presidente do Povo da Liberdade, nossos representantes no governo terão um contínuo contato com nosso movimento e comigo", afirmou.

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