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Novo coronavírus faz sua primeira vítima fatal fora da Ásia

Ao todo, o surto da doença já matou mais de 1.500 pessoas e infectou outras 66 mil

Coronavírus: primeira morte fora da Ásia foi registrada neste fim de semana na França (Stringer/Reuters)

Coronavírus: primeira morte fora da Ásia foi registrada neste fim de semana na França (Stringer/Reuters)

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AFP

Publicado em 15 de fevereiro de 2020 às 10h07.

São Paulo – O novo coronavírus fez, neste sábado (15), uma vítima fatal na França, a primeira fora da Ásia, enquanto o saldo de mortes pela epidemia COVID-19 ultrapassa 1.500 na China.

A ministra da Saúde francesa, Agnès Buzyn, anunciou hoje a morte na sexta-feira à noite de um turista chinês de 80 anos, infectado pelo vírus e hospitalizado na França desde o final de janeiro.

A morte desse homem é "a primeira fora da Ásia, a primeira na Europa", disse a ministra. Até agora, foram registradas apenas três mortes fora da China continental: nas Filipinas, Hong Kong e Japão.

A China continental concentra, com 1.523 mortes, 99,9% das mortes registradas no mundo pelo novo coronavírus, e mais de 66.000 infectados.

As autoridades de Pequim passaram a exigir que aqueles que retornarem à capital após as férias fiquem em quarentena por 14 dias, para conter a propagação da doença, sob pena de sanções, segundo a imprensa oficial. Não se sabe, porém, como as autoridades poderão aplicar a medida.

A epidemia, que surgiu na província de Hubei (centro da China), conseguiu, em parte, se espalhar pelo fato de que milhões de pessoas se deslocaram no final de janeiro por ocasião do feriado do Ano Novo Lunar.

As férias na China foram estendidas para evitar mais contágios, mas, pouco a pouco, nas últimas duas semanas, as pessoas têm retornado ao trabalho - muitas delas de casa - enquanto as escolas ainda estão fechadas.

Cerca de 283 milhões de viagens foram feitas no interior da China entre 25 de janeiro e sexta-feira, de acordo com o vice-ministro dos Transportes, Liu Xiaoming.

Neste sábado, durante uma reunião histórica em Munique com seu colega do Vaticano, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, disse, segundo a agência oficial Xinhua, que a epidemia está "efetivamente controlada".

No entanto, afirmou que o Vaticano pode desempenhar um papel construtivo ao incentivar a comunidade internacional a apoiar os esforços da China para combater a epidemia "de maneira objetiva, racional e científica", segundo a Xinhua.

Notas de dinheiro em quarentena

Esta semana, a China decidiu adotar novos critérios para a contagem de pessoas contaminadas, o que fez disparar em vários milhares o número de contágios.

O governo chinês mantém toda a região de Hubei, com seus quase 56 milhões de habitantes, em quarentena há quase um mês.

Em outra medida preventiva drástica, a China lançou um processo no qual limpa e coloca em quarentena as notas de dinheiro, a fim de limitar a propagação da epidemia.

Os bancos usam raios ultravioleta ou altas temperaturas para desinfetar as notas antes de selá-las e isolá-las por sete ou 14 dias, explicou Fan Yifei, vice-governador do Banco Central da China.

Apesar dos grandes esforços, a epidemia continua a se espalhar, alcançando cerca de trinta outros países, com cerca de 600 casos confirmados.

O Egito anunciou na sexta-feira que havia registrado o primeiro caso de coronavírus no continente africano.

O principal foco de infecção fora da China é o navio de cruzeiro "Diamond Princess", que ainda está em quarentena na costa do Japão, no porto de Yokohama, com 285 infectados, após confirmar outros 67 novos casos neste sábado.

Os Estados Unidos anunciaram que planejam evacuar seus cidadãos que estão a bordo do cruzeiro. Washington planeja enviar um avião ao Japão no domingo para repatriá-los, segundo a embaixada americana.

A missão diplomática alertou que os evacuados precisarão de uma quarentena adicional de duas semanas após a chegada aos Estados Unidos.

Em Singapura, que tem 67 casos confirmados, a Igreja Católica anunciou que suspendeu suas missas indefinidamente para impedir a propagação da doença e instou os fiéis a seguirem os serviços religiosos via YouTube ou na rádio.

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