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Noventa mil civis fogem de combates no norte de Mianmar

Cidades e povoados inteiros foram evacuados para Lashio, a 140 km de distância de Laukkai, cidade que é o epicentro dos combates

Moradores que fugiram de áreas de conflito na fronteira com a China recebem comida, em um abrigo para refugiados improvisado em um mosteiro da cidade birmanesa de Lashi (AFP/ Ye Aung Thu)

Moradores que fugiram de áreas de conflito na fronteira com a China recebem comida, em um abrigo para refugiados improvisado em um mosteiro da cidade birmanesa de Lashi (AFP/ Ye Aung Thu)

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Da Redação

Publicado em 18 de fevereiro de 2015 às 15h55.

Lashio - Cerca de 90.000 civis fugiram dos confrontos no norte de Mianmar protagonizados pelos rebeldes e pelo exército há vários dias, informaram nesta quarta-feira autoridades locais birmanesas.

Cidades e povoados inteiros foram evacuados e os refugiados se deslocaram até a cidade de Lashio, a 140 km de distância de Laukkai, epicentro dos combates que foram retomados no último 9 de fevereiro nesta região, afirmou um jornalista da AFP.

Segundo um deputado local, mais da metade da população da localidade de Laukkai haveria abandonado a região, uma fuga que as vezes acontece em meio a ataques do combate.

Além disso, um comboio da Cruz Vermelha local que havia chegado para dar assistência a uma centena de pessoas que tentavam fugir foi alvo de tiros na terça-feira no final do dia, segundo contaram alguns refugiados à AFP.

"É um milagre termos saído ilesos. Estávamos agachados dentro do caminhão. O motorista foi atingido pelas balas e havia muito sangue", contou nesta quarta-feira à AFP Maung Ying, que encontrou refugio em Lashio, a dezenas de quilômetros dali.

O exército e os rebeldes se acusaram mutuamente de ter aberto fogo contra os veículos no sul de Laukkai.

"Os militares reforçaram sua presença com taques e artilharia pesada. Pensamos que haverá mais combates", declarou Tar Parn Hla, porta-voz do exército de libertação Ta'ang, que combate ao lado dos rebeldes de Kokang.

Cerca de 30.000 pessoas teriam atravessado a fronteira para refugiarem-se na província vizinha chinesa de Yunnan, o que preocupa Pequim, que vê nisto uma ameaça contra a segurança de suas fronteiras.

A situação cada vez mais preocupante para o poder, que enfrenta vários conflitos que ameaçam a difícil transição democrática iniciada em 2001 quando acabou o poder ditatorial do exército.

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