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Novas hidrelétricas terão dificuldade por Eletrobras

Analista avaliou que o principal desafio agora será recuperar a capacidade de investimento da estatal federal


	Linhas de transmissão da Eletrobras:  principal crítica ao processo foi a antecipação da renovação de concessões de geração
 (Adriano Machado/Bloomberg)

Linhas de transmissão da Eletrobras:  principal crítica ao processo foi a antecipação da renovação de concessões de geração (Adriano Machado/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 25 de setembro de 2013 às 12h58.

São Paulo - A Eletrobras tenderá a ter participação minoritária em grandes projetos hidrelétricos após a perda da capacidade de investimentos com a renovação de concessões, segundo avaliação do coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel).

"A Eletrobras não vai ter a mesma capacidade...ela tenderá cada vez mais a uma participação minoritária", disse o professor Nivalde de Castro, coordenador do Gesel da Universidade Federal do Rio de Janeiro, durante debate no evento Power-Gen Brasil.

Castro, para quem as regras de renovação das concessões com redução de tarifas foram "pertinentes", avaliou que o principal desafio agora será recuperar a capacidade de investimento da estatal federal.

"Sem a Eletrobras, esses projetos (grandes hidrelétricas na Amazônia) vão correr um grande risco", disse Castro nesta quarta-feira.

Ele explicou que esses projetos enfrentam desafios relacionados aos impactos ambientais que elevam custos para investidores, dificultando o equilíbrio economico-financeiro.

Ainda sobre os impactos da renovação das concessões, Castro diz que a principal crítica ao processo foi a antecipação da renovação de concessões de geração.

Cemig, Copel e Cesp, não aceitaram a renovação de suas concessões com antecipação, preferindo mantê-las até o fim dos contratos atuais.

"Nas condições que foram dadas, não era viável para a 'área de geração. O que elas iam perder de receita cheia nesses três anos (até 2015) não recuperaria em 30 anos (do novo contrato de concessão)", disse Castro.

O governo federal resolveu renovar as concessões de geração vincendas entre 2015 e 2017 de forma antecipada, sendo que as geradoras que aceitassem passariam a ser remuneradas apenas pelo custo de operação e manutenção das usinas. A energia dessas concessões foi distribuída por meio de cotas para contribuir com a redução das tarifas de energia prometida.

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