Manifestante tenta se proteger de gás de pimenta durante protesto contra o governo de Nicolás Maduro na praça Altamira, em Caracas, Venezuela (Tomas Bravo/Reuters)
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2014 às 22h38.
Caracas - Altamira, no leste de Caracas, voltou a ser palco de atos de vandalismo e de violência nesta quarta-feira por parte de grupos de pessoas que há um mês protagonizam manifestações violentas nessa região contra a gestão do presidente Nicolás Maduro.
A Praça Altamira e seu entorno foram o epicentro dos protestos em Caracas e todas as noites, desde 12 de fevereiro, se transforma em um campo de batalha com enfrentamentos entre a Guarda Nacional e os manifestantes. Hoje, um edifício de repartições públicas e privadas foi atacado por grupos de encapuzados que arrancaram portas e quebraram janelas, deixando destroços.
O opositor Ramón Muchacho, prefeito do município Chacao, onde se encontra Altamira, "alertou" em sua conta no Twitter "sobre uma dinâmica estranha" que acontecia na região e afirmou que "grupos pequenos, mas organizados, aproveitam o protesto para vandalizar" em edifícios do Estado "sem que governo impeça".
Muchacho, assim como os outros três prefeitos opositores que governam em quatro dos cinco municípios que formam Caracas, disse que os corpos policiais municipais não estão capacitados e que não está entre suas tarefas reprimir os protestos.
"Atos de vandalismo servem de álibi ao governo para desprestigiar reivindicações do Movimento Estudantil em legítimo protesto, e atacar a @policiachacao", afirmou o prefeito, que em outra postagem acusou Maduro de permitir a violência para "desviar a atenção das verdadeiras causas da crise".
O prefeito também escreveu: "Permitem vandalismo e, ato seguido, GNB (Guarda Nacional Bolivariana) e PNB (Polícia Nacional Bolivariana) reprimem moradores com gases, balas de chumbo e o uso desmedido da polícia".
Em um ato de governo, Maduro criticou Muchacho, e o chamou "irresponsável" por não atender o problema de violência que ocorre no município Chacao, e o pediu para "entregar a prefeitura" se não pode administrá-la.
Maduro comentou que acaba de convocar a uma "reunião especial do gabinete de segurança" e que tomará "medidas drásticas" para deter "todos estes setores que estão atacando e matando o povo da Venezuela, tudo no campo constitucional".
Além disso, e após lamentar as novas mortes que nos protestos, assegurou que as pessoas que disparam são "militantes do partido Vontade Popular (...) do fascista Leopoldo López e de policiais municipais onde governa a oposição".
"Nesta hora em Altamira estão assaltando, destroçando, queimando (...) várias instalações de organismos do Estado", disse Maduro, que acusou à oposição de ser "cúmplices e protetores da violência".